O ministro da Justiça, Flávio Dino, se reuniu nesta segunda-feira (30) com a força-tarefa que trata da segurança pública no Rio de Janeiro para discutir medidas para descapitalizar o crime organizado no estado. O encontro ocorreu no Palácio da Justiça, em Brasília. A reunião foi realizada em meio à crise provocada por ataques de milicianos ao transporte público na capital fluminense.
De acordo com o ministro, a fase atual dos trabalhos entre o governo federal e o estado do Rio “visa não apenas a questão do policiamento ostensivo, mas, sobretudo, a dimensão da apreensão de bens, e, portanto, descapitalização das organizações criminosas e do trabalho integrado de inteligência, com o objetivo de ‘desidratar financeiramente o crime organizado’”, informou o ministério, em nota.
Além disso, Dino afirmou que "não há limite de vagas em presídios federais" para criminosos que atuam no Rio. "A determinação do presidente Lula é que, em relação ao Rio de Janeiro, não há limite de vagas em presídio federal. Estamos nesse momento debatendo a possiblidade de abrir outro presídio federal, para poder exatamente ter vagas, pois esse é um mecanismo efetivo, funciona de verdade", ressaltou o ministro após a reunião, informou o jornal O Globo.
O secretário executivo da pasta, Ricardo Capelli, afirmou que na semana que vem será formalizado o Comitê Integrado de Investigação Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra). “Estamos colocando em prática a lógica do Susp, o Sistema Único de Segurança Pública, integrando entes federados com um objetivo concreto, que é a investigação de crimes financeiros e lavagem de dinheiro. A descapitalização dessas organizações criminosas é decisiva para a gente reduzir o potencial ofensivo delas e poder desmantelá-las", disse Cappelli.
A iniciativa deverá contar com representantes da Polícia Civil do Rio de Janeiro, da Secretaria de Fazenda do Rio de Janeiro, de procuradores e auditores da Fazenda Estadual, além da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Durante o evento, o secretário-chefe da Casa Civil do Estado do Rio de Janeiro, Nicola Moreira Miccione, afirmou que “enquanto a dimensão financeira não for enfrentada por um período longo e de maneira firme a criminalidade não será debelada no país”.
“É um recado para a população de que os governos federal e estadual passam a olhar o asfixiamento do poder financeiro da criminalidade de maneira diferente. Temos que nos organizar para enfrentar o inimigo que não é nada desorganizado”, acrescentou. Nesta terça (31), Dino apresentará as iniciativas discutidas na reunião com representantes do Rio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto. O encontro terá a participação da Polícia Federal, do Ministério da Defesa e dos comandantes das Forças Armadas.
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