Mesmo pressionado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos do dia 8 de janeiro, o ministro da Justiça, Flávio Dino, enviou apenas as imagens de 4 das 185 câmeras que integram o circuito de monitoramento do Palácio da Justiça. A informação é do jornal O Estado de São Paulo (Estadão).
Na semana passada, depois de reiterados pedidos da CPMI, Dino enviou as imagens de duas câmeras e, na última quinta-feira (31), enviou os arquivos de mais duas.
De acordo com o ministro, a maior parte das imagens do 8 de janeiro não existe mais, já que uma falha no contrato com empresa de segurança não obrigaria o armazenamento dos arquivos por um longo período.
O sistema de gravação teria capacidade de armazenamento limitada a menos de 30 dias, segundo o ministro.
A existência das 185 câmeras foi comprovada pelo Estadão em documentos internos da pasta a que teve acesso, a exemplo do contrato firmado com a empresa responsável pela segurança. O contrato foi assinado em 2021.
O sistema contempla, além das 185 câmeras, uma sala de gravação com drives para armazenamento das imagens.
“Há um contrato sobre as regras de conservação dessas imagens. Havia imagens preservadas, porque estavam em inquéritos. A PF foi lá, no começo de fevereiro, e levaram as imagens. Todas as imagens que existem foram entregues”, disse o ministro em entrevista à Globonews, na última quinta-feira (31).
Na terça-feira (29), a Polícia Federal confirmou que as imagens foram mesmo apagadas.
Ontem, Dino também enviou um ofício à CPMI na tentativa de explicar o sumiço das imagens e a inação da Força Nacional.
Os arquivos das últimas duas câmeras enviados à Comissão mostram que o secretário-executivo do Ministério, Ricardo Cappelli, desceu por volta das 17h30 do gabinete onde acompanhava os protestos para orientar os policiais a avançarem a barricada que estava posicionada na entrada privativa do ministro.
Nas primeiras imagens entregues por Dino, na semana passada, os pelotões da Força Nacional já aparecem protegendo o Palácio da Justiça.
Apesar da gravidade do assunto, o Ministério da Justiça não explicou por que não tomou providências para arquivar as imagens independente da “falha contratual” com a empresa de segurança.
Questionada pelo Estadão, a pasta disse que “as imagens consideradas importantes pelas autoridades competentes para os inquéritos em curso foram preservadas”.
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