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O atual ministro da Justiça e indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino tem ligações estreitas com o ministro Gilmar Mendes há anos. Ele foi diretor da Escola de Direito de Brasília (Edap/IDP) em meados de 2011, quando o instituto foi fundado.
A escola voltada a cursos de graduação e pós-graduação na área do Direito tem como fundadores o atual ministro do STF e Paulo Gonet Branco, indicado por Lula para o comando da Procuradoria-Geral da República (PGR). Também integra a sociedade o jurista Inocêncio Mártires Coelho, que já foi procurador-geral da República entre 1981 e 1985.
A menção a Dino está registrada em uma placa instalada na Edap em 2011 em alusão ao início das atividades de graduação da escola, em que também se cita a presença do então vice-presidente Michel Temer (MDB). Uma fotografia do painel foi postada pelo empresário Leandro Ruschel nas redes sociais, e aponta Flávio Dino como diretor da escola.
Atualmente, Gilmar Mendes não figura entre os sócios do IDP – a Edap não tem um site próprio –, apenas como professor nos cursos de graduação, pós-graduação e mestrado em áreas como Direito Constitucional e Eleitoral. Assim como Gonet, que leciona na graduação, pós-graduação, mestrado acadêmico e doutorado. Flávio Dino não é citado nos quadros da escola.
A Gazeta do Povo entrou em contato com o IDP para confirmar por qual período e quais atividades que Dino participou no instituto, e aguarda retorno. O ministro não se pronunciou sobre a postagem do empresário e sobre ter atuado na escola.
Pouco depois de Lula oficializar a indicação de Dino ao STF, Gilmar Mendes elogiou e saiu em defesa do ministro. Ele afirmou que recebeu a notícia “com imensa alegria”.
“Possuidor de vasta cultura jurídica e de inegável compromisso com o Estado Democrático de Direito, o indicado reúne plenas condições para exercer a jurisdição constitucional junto aos demais membros da Corte”, disse o magistrado.
Os elogios também foram estendidos ao ex-sócio na escola, Paulo Gonet, que Gilmar Mendes reconheceu como um “amigo de longa data”. “Posso testemunhar o brilhantismo do indicado, que sempre atuou na defesa da democracia e da Constituição Federal”, completou.