Ouça este conteúdo
Após repercussão negativa de uma fala em que parece sugerir interferência na Polícia Federal (PF), o ministro da Justiça, Flávio Dino, foi às redes sociais na tentativa de justificar a declaração dada ao novo ministro do Esporte, o deputado federal André Fufuca (PP-MA). Durante a transmissão de uma live feita pela equipe do deputado, Dino abraça Fufuca, cumprimenta o colega pelo novo cargo e dispara: “Dinheiro eu não tenho, mas agora a Polícia eu tenho”.
Ao se explicar, Dino acusou os críticos de tirarem a fala de contexto e disse que estava se referindo a um programa de segurança nos estádios que deverá ser desenvolvido em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Segundo o ministro, caberá à pasta do Esporte providenciar o dinheiro para o programa, enquanto o Ministério da Justiça ficará responsável pelo policiamento.
“Há políticos ou ex-políticos extremistas que ficam nervosos com a mera menção à palavra ‘polícia’ [...] Alguns elementos começaram a postar um vídeo editado para causar um ‘escândalo’. Será que eles estão planejando invadir e quebrar estádios de futebol? Ou é a já conhecida vocação para a mentira?”, escreveu Dino em seu perfil na rede social X.
Mais cedo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi às redes sociais para comentar o episódio envolvendo a fala do ministro da Justiça.
“Um ministro da justiça dizendo para o outro: 'Dinheiro não tenho, mas aquela Polícia eu tenho'. É isso que chamam de democracia? É isso que chamam de independência? Que porcaria é essa?”, disse Bolsonaro em seus perfis.
Esta não é a primeira vez que o ministro da Justiça causa polêmica ao dar a entender uma possível interferência na Polícia Federal (PF).
Ao discursar ao lado do presidente Lula (PT) durante a cerimônia de encerramento dos cursos de formação profissional da PF, no último dia 5, Flávio Dino condenou a atuação da corporação em governos passados e disse que agora a PF está a serviço da “causa” do petista e do Brasil.
“Essa Polícia Federal, hoje, toda ela, está a serviço de uma única causa, que é a sua causa, a causa do Brasil. Nós abolimos tentações satânicas de espetacularizações, de abusos, de forças-tarefas ilegais. Tudo isso ficou no passado. Hoje, nós temos uma polícia dedicada a servir a população”, disse o ministro na ocasião.