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Guerra no Leste Europeu

Diplomata da Ucrânia pede apoio maior e ‘palavra de solidariedade’ de Bolsonaro

Anatoliy Tkach
Anatoliy Tkach disse não entender como "imparcialidade" expressada pelo Brasil se aplica a um país agressor (Foto: Renan Ramalho/Gazeta do Povo)

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O encarregado de negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, principal autoridade diplomática do país europeu em Brasília, disse nesta terça-feira (1º) esperar uma atitude mais dura do Brasil em relação à Rússia, de modo a pressioná-la a encerrar suas agressões contra a Ucrânia.

Em entrevista à imprensa, ele fez um apelo para que toda a comunidade internacional corte “todos os laços comerciais” com a Rússia. “Fazer negócios com a Rússia significa agora financiar a agressão, crimes de guerra, desinformação, ataques cibernéticos e mesmo o líder russo, Vladimir Putin”, afirmou.

Questionado sobre a decisão do presidente Jair Bolsonaro de conceder vistos humanitários para que refugiados ucranianos venham para o Brasil, Anatoliy expressou gratidão, agradecendo também ao governo estadual de São Paulo e à administração municipal de Curitiba, que ofereceram ajuda para acolhê-los e orientá-los, com o objetivo de inserção no mercado de trabalho local.

Indagado pela Gazeta do Povo se essa ajuda é suficiente para a Ucrânia, ele respondeu: “É um gesto de hospitalidade. Acho que agora os ucranianos têm mais um lugar para onde ir. Mas para parar agressão, é preciso fazer uma pressão sobre o agressor. É o que muitos países do mundo já estão adotando, isolando a Rússia”, disse.

Ele citou países que tradicionalmente são neutros, como Suíça, Finlândia e Suécia, mas que agora passaram a aderir às sanções ou a enviar armas para a Ucrânia.

Analotyi também disse esperar um diálogo maior com a diplomacia brasileira. Até o momento, ele não conseguiu conversar com o ministro das Relações Exteriores, Carlos França. Também demonstrou interesse numa conversa de “mais alto nível”, entre Bolsonaro e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky – Bolsonaro disse que não tem o que conversar com o líder ucraniano.

“Eu acho que ele [Bolsonaro] poderia começar com uma palavra de solidariedade, expressando solidariedade com o povo ucraniano”, disse o diplomata.

Nesta segunda, Carlos França reforçou a posição brasileira, dizendo que a neutralidade do Brasil significa imparcialidade. À GloboNews, o chanceler brasileiro disse que o país não quer apontar culpados.

“Nós agora sabemos quem é o agressor, não está escondendo. Então, imparcialidade a respeito do agressor? Nós sabemos quem é o agressor e quem é a vítima. Não entendo como a imparcialidade pode se aplicar nessa situação”, afirmou Analotyi.

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