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O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, rebateu às críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a suposta lentidão da agência na liberação de medicamentos.
Em nota oficial, Barra Torres afirmou na sexta-feira (23) que o governo federal foi reiteradamente alertado sobre a falta de servidores na Anvisa, o que tem impactado diretamente na agilidade dos processos.
No mesmo dia, Lula, durante a inauguração de uma fábrica privada de medicamentos em Hortolândia (SP), criticou a demora na liberação de remédios pela Anvisa, sugerindo que a agência deveria ser mais rápida para atender melhor os interesses do país. A fábrica irá produzir polipeptídeo sintético, medicamentos para diabetes e obesidade.
"Quando algum companheiro da Anvisa perceber que algum parente dele morreu porque um remédio que poderia ser produzido aqui não foi porque eles não permitiram, aí a gente vai conseguir que ela seja mais rápida", declarou o presidente.
Torres classificou a fala do presidente como "entristecedora, agressiva e aviltante", e afirmou que tais declarações enfraquecem a Anvisa tanto internamente quanto no cenário internacional.
Ele também afirmou que, desde a eleição de 2022, a agência enviou 26 ofícios ao governo federal detalhando a falta de servidores. Além disso, alegou que participou de diversas reuniões com ministros para discutir o tema.
"Com o número insuficiente de trabalhadores e com tarefas que só fazem crescer, o tempo para realização de tais tarefas só pode se tornar mais longo", argumentou Barra Torres.
Outro aspecto destacado pelo diretor-presidente é o empréstimo de funcionários da agência para outros órgãos públicos. Ele afirmou que 35 servidores da Anvisa foram requisitados para trabalhar fora da agência, mais do que o dobro do número no governo anterior, agravando ainda mais a escassez de pessoal.
Torres pontuou que a agência teve papel importante durante a pandemia de covid-19, período em que a agência foi responsável pela liberação de medicamentos e vacinas contra a doença.
"Ao nos qualificar de pessoas que precisam da dor da morte de entes queridos para fazer o próprio trabalho, equivoca-se o orador e coloca a população contra a Anvisa, que sempre a defendeu", afirmou.
Em nota enviada ao Jornal Nacional, da TV Globo, no sábado (24), o Ministério da Saúde afirmou que "o governo federal tem ciência da situação em que encontrou a Anvisa em 2023 no início da gestão do presidente Lula" e "reconhece todo o trabalho e excelência da Anvisa".