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Atos de 8/1

Diretor-geral da PF critica Exército e diz que novas operações serão realizadas

Andrei Rodrigues
Andrei Rodrigues diz que PF foi impedida duas vezes de desmontar o acampamento montado em frente ao QG do Exército em Brasília. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

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O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, criticou o Exército por não ter desmobilizado o acampamento montando em frente ao Quartel-General de Brasília, de onde saíram os manifestantes envolvidos nos atos de 8 de janeiro, e disse que novas fases da Operação Lesa Pátria contra supostos participantes e financiadores serão realizadas.

As falas foram dadas nesta segunda (31) durante um evento da Transparência Internacional e do Insper em São Paulo, e ocorreram pouco depois do vazamento de trechos do inquérito militar que investiga a atuação do Exército no dia dos protestos que levaram à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.

Os militares se eximiram de qualquer responsabilidade e apontaram falhas e erros no planejamento feito pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF). No entanto, Andrei Rodrigues não comentou as conclusões.

Ele disse que a PF tentou remover os manifestantes do acampamento duas vezes após a campanha eleitoral de 2022, mas que o Exército não permitiu. Uma das tentativas ocorreu em dezembro do ano passado e outra já no dia 8 de janeiro que, diz, já “tinha um tanque de guerra no meio da rua impedindo que a polícia entrasse para retirar aquelas pessoas”.

“[Houve] complacência de várias entidades e órgãos públicos de manutenção daqueles acampamentos”, disse segundo reporta a Folha de São Paulo nesta terça (1º).

Andrei Rodrigues disse que fez um alerta oficial sobre a movimentação de manifestantes ainda no sábado (7/1), em uma reunião que convocou na SSP-DF e em um ofício ao ministro Flávio Dino, da Justiça, que depois teria enviado ao governo distrital.

“Não só coloquei e verbalizei isso, como eu mandei um ofício escrito. Não sou vidente, não, mas eu tô vendo as coisas aconteceram, e nele escrevi: 'essas pessoas têm que ser contidas no acampamento. Não podem sair de lá porque eles irão invadir o Congresso, o Supremo e o Palácio do Planalto'. O que aconteceu no dia seguinte? Não só permitiram a saída, como esse bando foi levado até os palácios”, afirmou.

Novas fases da Operação Lesa Pátria

Ainda durante a participação no evento da Transparência Internacional e do Insper, Andrei Rodrigues afirmou que novas fases da Operação Lesa Pátria, que foi desencadeada nas semanas seguintes aos atos de 8 de janeiro, estão programadas – os alvos são os supostos participantes e financiadores.

“Já fizemos 14 ou 15 fases da operação e outras virão. Nós não vamos parar enquanto a gente não desmantelar completamente tudo isso que aconteceu”, afirmou.

Ele mencionou, ainda, a prisão de mais de duas mil pessoas logo após os atos de 8 de janeiro, dizendo que pediu à assessoria para contatar o Guinnes Book – o livro dos recordes – para citar essa que seria a “maior prisão da história do mundo”.

“Nós prendemos duas mil pessoas em flagrante. E aí vocês imaginam a logística disso tudo acontecer, sendo que nós tínhamos uma semana da minha gestão”, completou.

E criticou o ex-ministro Anderson Torres, titular da pasta da Justiça no final do governo Jair Bolsonaro (PL), por ter pedido os mapas de votação de Lula em eleições anteriores para planejar ações de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que está em apuração pela CPMI no Congresso. Andrei Rodrigues classificou o ato como “corrupção”.

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