Gleisi Hoffmann, presidente do PT, declarou que compromisso do governo é com o país, não com a Faria Lima| Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Ouça este conteúdo

O Diretório Nacional do PT aprovou neste sábado (7) uma resolução que pede o enfrentamento ao que chamou de “artimanhas da Faria Lima”. O documento declara que as especulações do mercado financeiro são as responsáveis pela alta do dólar e credita ao Banco Central, nominando o presidente Roberto Campos Neto, o papel de “sabotar” os resultados da economia, que estaria colhendo resultados positivos com a redução do desemprego e da pobreza.

CARREGANDO :)

O texto diz que as especulações empreendidas no âmbito da Faria Lima seriam responsáveis por “minar conquistas econômicas e sociais”. E sem mencionar o pacote de corte de gastos do ministro Fernando Haddad, afirma que “os especuladores agiram após ficarem sabendo que as medidas fiscais (...) incluíam a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais” – o que seria “uma manobra claramente política para debilitar o governo”.

O posicionamento reforça o que a presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann, já havia declarado dias atrás quanto às críticas que o governo sofreu do mercado financeiro após anunciar as medidas para cortar gastos. “Lula está certo e tem compromisso com o país, não com os interesses da Faria Lima”, disse ela nas redes sociais, respondendo a uma crítica do economista Marcos Lisboa de que os investidores estão desistindo do Brasil porque o governo não entrega solidez fiscal.

Publicidade

"Sem anistia"

Mas não apenas críticas ao mercado financeiro pautaram a reunião do PT e a resolução que dela resultou culpabilizando a Faria Lima. Após o evento, Gleisi Hoffmann também deu declarações sobre o posicionamento contrário do governo à anistia dos presos do 8 de Janeiro e o poder de pacificar o Brasil, como acredita o ex-presidente Jair Bolsonaro – que apelou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela causa.

“A paz que eles querem é a paz dos cemitérios, de preferência com nós todos lá. Então não dá pra aceitar isso não, queriam matar o Lula, gente, é muito grave”, afirmou em coletiva. A presidente do PT já havia feito essa mesma declaração em postagem em suas redes sociais, uma semana atrás. No Instagram, ela publicou: “Que ninguém se engane quando Bolsonaro, seus filhos e seus cúmplices pedem anistia em nome da ‘pacificação nacional’ (...) Querem impunidade para continuar aterrorizando o país. Sem anistia!”.

A resolução resultante da reunião do diretório, que ainda pode sofrer emendas de outras correntes do partido, também pede mudanças nas estratégias de comunicação do governo, que é alvo de críticas do próprio presidente Lula por permitir que “a extrema-direita tenha mais espaço nas redes sociais” do que a esquerda.