Em seu primeiro discurso oficial na presidência do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) citou as guerras em curso no mundo e voltou a criticar organismos como o Conselho de Segurança da ONU e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em declaração feita em abertura do evento do G20 no Palácio do Itamaraty, em Brasília, nesta quarta-feira (13), o petista disse que o Brasil tem trabalhado por um "cessar-fogo permanente" no Oriente Médio, com a intenção de dar fim ao conflito entre Hamas e Israel.
“O Brasil segue de luto com o trágico conflito entre Israel e Palestina. O Brasil continuará trabalhando por um cessar-fogo permanente que permita a entrada da ajuda humanitária em Gaza e pela libertação imediata de todos os reféns pelo Hamas", disse o petista. Essa foi a primeira vez que Lula falou em um cessar-fogo "permanente" no Oriente Médio.
"Não nos convém um mundo marcado pelo recrudescimento dos conflitos, pela crescente fragmentação, pela formação de blocos protecionistas e pela destruição ambiental. Suas consequências seriam imprevisíveis para a estabilidade geopolítica”, continuou o petista. Além da guerra no Oriente Médio que já dura mais de dois meses, Rússia e Ucrânia estão em conflito há quase três anos e a Venezuela ameaça invadir a Guiana para anexar parte do país ao seu território.
Em outubro, durante presidência do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, o país tentou aprovar uma resolução para sobre o conflito no Oriente Médio, mas não obteve sucesso. Nos últimos meses, Lula ainda foi criticado pelos posicionamentos que adotou sobre a guerra na região. Em meados de novembro, após o resgate dos brasileiros presos em Gaza, o petista chegou a dizer que as respostas de Israel aos ataques do Hamas eram uma forma de “genocídio”.
Lula volta a criticar instituições globais
Até o final de 2024, o Brasil preside o G20 e fica responsável por pautar as discussões do bloco. Conforme já informou Lula, a liderança do Brasil à frente do bloco será guiada por três pilares: meio ambiente, combate à desigualdade e reforma de lideranças globais. O discurso desta quarta-feira (13) contou também com críticas aos tradicionais organismos mundiais.
"Queremos enfrentar com seriedade o debate sobre o anacronismo das instituições de governança global, que já não têm representatividade", disse Lula. Os organismos financeiros internacionais foram o foco das críticas do petista, que condenou as taxas cobradas em financiamentos realizados para países em desenvolvimento. "Queremos encorajar instituições financeiras internacionais a cortarem sobretaxas, aumentarem o volume de recursos concessionais e criarem fórmulas para reduzir riscos", disse.
Desde seus primeiros mandatos como presidente do Brasil, Lula luta pela reforma dessas instituições internacionais. Durante a presidência do país no G20, o petista pretende usar a influência do bloco para ecoar estes discursos em busca de apoio e para criação de mecanismos para implementar essas mudanças.
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