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Corte de gastos

Dólar fecha em R$ 5,98 e renova máxima histórica com desconfiança sobre pacote fiscal

Dólar renova máxima histórica com desconfiança sobre pacote fiscal
Pacote de corte de gastos do governo Lula foi recebido com desconfiança pelo mercado financeiro e influenciou forte alta do dólar. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo.)

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O dólar comercial fechou esta quinta-feira (28) em alta de 1,30%, cotado a R$ 5,989 na venda. A moeda americana renovou o recorde atingido no pregão anterior e bateu o maior valor nominal da história. Durante a sessão, a divisa bateu R$ 6,003 (na máxima) e R$ 5,946 (na mínima).

O forte aumento é uma reação do mercado financeiro, que recebeu com desconfiança o pacote de corte de gastos do governo Lula. Na quarta (27), o dólar terminou o dia cotado a R$ 5,912.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, detalhou as medidas, entre elas, a isenção do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) para quem ganha até R$ 5 mil. A ampliação da faixa de isenção deve ser compensada com a maior tributação para quem ganha mais de R$ 50 mil. Segundo o governo, o pacote deve gerar uma economia de R$ 70 bilhões.

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A moeda abriu o pregão a R$ 5,99, chegou a recuar para R$ 5,96, mas disparou a R$ 6 no final da manhã e passou o restante do período oscilando até a máxima da abertura. Por volta de 12h30 era cotado a R$ 5,99, uma alta de 1,38%. Às 13h10 e às 13h34 voltou a bater os R$ 6 até voltar a oscilar para baixo.

Ibovespa despenca 2,40% e perde o patamar de 125 mil pontos

A insatisfação do mercado também respingou no Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores (B3), que despencou 2,40%, aos pontos 124.610. Durante o pregão, o Ibovespa oscilou com 127.667 pontos na máxima e 124.389 pontos na mínima. Na véspera, o índice recuou 1,73%, aos 127.669 pontos.

As razões da desconfiança do mercado em relação ao corte de gastos

As principais avaliações do mercado financeiro indicam que as medidas anunciadas são consideradas modestas e podem ser insuficientes para garantir o equilíbrio fiscal no longo prazo. O economista Tiago Sbardelotto, da XP, observou que grande parte do pacote se limita a oferecer maior flexibilidade administrativa, sem promover mudanças significativas na trajetória das despesas públicas.

Paula Zogbi, gerente de research da Nomad, ressaltou que as alterações no Imposto de Renda, embora tenham o objetivo de redistribuir renda, podem resultar em queda na arrecadação, comprometendo os cortes de gastos previstos e potencialmente contribuindo para o aumento da inflação.

Já João Kepler, CEO da Equity Fund Group, destacou que o pacote intensificou as incertezas econômicas, refletindo-se na valorização do dólar e na queda do interesse de investidores internacionais pelos ativos brasileiros.

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