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Ao depor no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (16), Domingos Brazão disse que ele e seu irmão, o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), são vítimas de armação no caso Marielle Franco.
Domingos Brazão, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, depôs no processo que analisa o pedido de cassação de mandato do deputado Chiquinho Brazão.
Domingos e Chiquinho participaram da audiência por videoconferência.
Os irmãos são apontados como mandantes do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.
De acordo com Domingos Brazão, os policiais teriam forjado um dossiê falso para incriminar os irmãos pelo crime.
“Há um policial federal e dois ex-policiais civis que receberam vantagens de um certo indivíduo, do ex-vereador Marcello Siciliano, para me incriminar”, disse Domingos Brazão.
Os irmãos Brazão estão presos desde março deste ano.
Na audiência desta terça, Domingos disse que não conhecia Marielle. Chiquinho Brazão disse que tinha uma relação “maravilhosa” com a ex-vereadora quando atuaram na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro.
“Não estamos envolvidos em nada. Somos vítimas de acusação de um réu confesso para obter benefícios, não sabemos nem por quê, ele está provavelmente protegendo alguém”, disse Chiquinho Brazão em referência à delação de Ronnie Lessa, executor de Marielle e Anderson.
Na delação, Lessa apontou Chiquinho Brazão e Domingos Brazão como os mandantes do assassinato.
Lessa confessou o crime e afirmou que os mandantes do crime ofereceram a ele e a um comparsa a sociedade em uma milícia que dominaria dois loteamentos clandestinos na zona oeste do Rio de Janeiro.
Na audiência na Câmara, as testemunhas que depuseram a favor de Chiquinho Brazão e o advogado do deputado adotaram como estratégia a tentativa de desfazer a possível ligação entre o parlamentar e a milícia do Rio de Janeiro.