Integrantes da Secretaria de Comunicação do Governo Lula e do Ministério da Justiça se reuniram com as principais plataformas digitais após as manifestações do 8 de janeiro, segundo informou a Folha de São Paulo.
Representantes do Twitter (rebatizado de X), Meta Instagram, Facebook e WhatsApp), TikTok e Google (YouTube), além do Telegram, que chegou a ser convidado, mas não participou do encontro; discutiram formas de controlar as postagens nas redes, onde se deu grande parte da organização das manifestações do dia 8.
Segundo a Folha, Elon Musk teria pedido para participar da conversa e ouviu dos integrantes do governo que o perigo não havia passado, ainda havia risco de golpe, e que o Twitter precisava aplicar suas próprias políticas para controlar casos em que as postagens violavam a regra que proíbe "incitar conduta ilegal para impedir a implementação de resultados das eleições".
Musk disse aos representantes do governo brasileiro que estava feliz porque a situação no país estava sob controle, que a democracia era sólida, e que o Brasil era muito importante para a empresa.
Musk defendeu liberdade de expressão em postagens
No entanto, Musk teria ressaltado "a importância de defender a liberdade de expressão" e de examinar o "contexto" das publicações. Ele disse que a empresa continuaria a seguir a lei, ainda que houvesse excessos nas decisões judiciais de um 'determinado juiz'.
Os interlocutores do governo atribuíram a menção ao ministro Alexandre de Moraes, que mesmo fora do país no dia 8 de janeiro, determinou o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) e fez imposições às plataformas digitais para publicação de mensagens.
Moraes determinou que Facebook, TikTok e Twitter teriam duas horas para bloquear uma série de canais, perfis e contas e preservar o conteúdo deles, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.
Na visão de Moraes, as empresas se omitiram, agiram com negligência e imprudência. Ao determinar a remoção de contas e perfis, seu objetivo era impedir que mais gente se organizasse pelas redes sociais e aplicativos de mensagens para ir a Brasília e avançasse com a tentativa de golpe, como em um vídeo que chamava as pessoas para a "guerra" e estimulava a invasão de prédios públicos, que violava as regras do Twitter.
Mesmo assim, e apesar das promessas de Musk, nada foi feito. O tuíte —e o vídeo— estão disponíveis até hoje no Twitter (rebatizado de X), meses após as manifestações do 8 de janeiro.
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