O julgamento da ação que pode tornar inelegível o ex-presidente Jair Bolsonaro começou nesta quinta-feira (22) com a leitura do relatório e as sustentações orais dos advogados de acusação e defesa. Walber Agra, advogado do Partido Democrático Trabalhista (PDT), disse que o objetivo da acusação é "impedir que nossa civilização seja atacada novamente por essas hordas", em referência a apoiadores de Bolsonaro envolvidos nos atos do 8 de janeiro.
O advogado do PDT começou atacando a ideia de que a ação não estaria baseada em fatos e acusou de "cegueira" quem manifesta essa opinião. "Não há fatos? Há apenas uma reunião? Será que vamos entrar novamente em estágio de cegueira coletiva? Como não há fatos? Houve uma reunião com claro desvio de finalidade para desmoralizar as instituições", disse.
Ainda na linha de manifestar a objetividade das acusações, Agra disse que não tentava "imputar responsabilidade por conjunto de obra". "Cada fato aqui, por si só, representa um gravame inexcusável para a democracia. Não se trata apenas de uma reunião de embaixadores. Trata-se de uma pluralidade de fatos."
Entre esses fatos, o advogado incluiu o uso da TV Brasil para lançar suspeitas sobre o sistema eleitoral brasileiro. Além disso, acusou Bolsonaro de participação em uma suposta tentativa de golpe de estado, acusação justificada pela minuta do golpe encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Ele chamou o fato de "entronização do caos para conquistar nossas instituições, solapar e ferir o regime democrático". Agra disse que a minuta "é apenas o ápice vergonhoso do menosprezo à coisa pública".
Agra fechou seu discurso afirmando que é necessário "sair da cegueira à qual estamos condenados" e que "não podemos cair na barbárie".
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