O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) durante entrevista ao programa Assunto Capital da Gazeta do Povo| Foto: Gazeta do Povo
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) defendeu que o momento atual não é apropriado para debater um possível candidato da direita à presidência da República que não seja Jair Bolsonaro. De acordo com o parlamentar, a nova composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2026, menos ideológico, pode facilitar a reversão de condenações que levaram à inelegibilidade do ex-presidente. Além disso, ele também falou sobre uma possível eleição de Donald Trump, em novembro, nos Estados Unidos.

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“Eu não vejo motivo para você colocar energia agora numa questão de quem será o candidato a presidente em 2026 quando tem água para rolar embaixo dessa ponte”, disse o parlamentar em entrevista ao programa Assunto Capital.

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Ele também destacou que a Corte eleitoral já está mudando e que, nas próximas eleições federais, é pouco provável que se repitam algumas “covardias” do pleito de 2022. Ele classificou como covardia a ordem judicial que impediu o então presidente de fazer as lives semanais de sua residência oficial, o Palácio da Alvorada. 

Eduardo Bolsonaro ressaltou que o TSE será composto pelo ministro Kassio Nunes Marques, que ocupará a presidência, por André Mendonça e por Dias Toffoli. O deputado disse acreditar que essa não é uma composição ideológica do STF. Nunes Marques e Mendonça foram indicados por Jair Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal.

“Então, existe uma esperança de que a gente tenha uma Corte mais balanceada e nesse ambiente, a gente consiga ter um cenário onde se faça a justiça, porque é inacreditável você transformar em tempo recorde um ex-presidente que não tem qualquer envolvimento com corrupção em inelegível por conta de se reunir com os embaixadores ou participar de um ato do 7 de setembro”, afirmou.

O deputado também declarou que a inelegibilidade do pai é fruto de perseguição política - da mesma forma que o indiciamento do ex-presidente pela Polícia Federal no caso das joias.

“É claro, tá na cara que é uma perseguição. E há instrumentos jurídicos para corrigir essa injustiça, essa covardia”, completou.

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Ainda sobre a corrida presidencial em 2026, Eduardo Bolsonaro disse que, caso haja necessidade de haver outro candidato, em razão de sua liderança e experiência, o ex-presidente é o mais indicado para fazer essa escolha.

CPAC em Manaus será contraponto à COP-30 em Belém do Pará

Eduardo Bolsonaro também comentou sobre a realização da próxima Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) em Manaus (AM) em 2025. Em declaração inédita sobre o tema, o deputado afirmou que a iniciativa é um contraponto à Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, COP-30, que será realizada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva em Belém do Pará.

“A gente pretende organizar o nosso evento um mês, talvez um mês e meio antes da COP propositalmente”, disse. O parlamentar comentou que a esquerda domina essa pauta, mas que, ao invés da defesa do meio ambiente, as reais intenções são políticas, de "perpetuação do poder".

A escolha de Manaus, além de localização no bioma amazônico, também foi estratégica do ponto de vista político e jurídico. O governador do estado, Wilson Lima, garantiu à organização do evento que a Conferência poderá ser realizada e transcorrerá sem empecilhos jurídicos.

Eduardo afirmou que a agenda 2030 e a imposição das práticas ESG (sigla em inglês que designa ações de empresas compromissadas com o meio ambiente, o social e a governança) não são bandeiras da direita, mas “novos mecanismos de controle do empresariado e da população de maneira geral”. O deputado afirmou que a agenda ambientalista tem causado revolta em agricultores mundo afora, incluindo Ásia e Europa, e que tem sido a principal razão para o crescimento da direita nas últimas eleições para o Parlamento Europeu.

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“Então, a Europa já está reagindo a toda essa agenda, e no Brasil ela está chegando agora, através de reforma tributária, através de outras políticas ESG. E a gente tem que estar alerta nisso. Então, esse é o ponto que a gente pretende destacar nos CPAC de 2025, lá no Amazonas”, concluiu o deputado.

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