Enquanto o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) cogita abrir mão do mandato parlamentar para ficar por tempo indeterminado nos Estados Unidos (EUA), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, espera o retorno do deputado ao Brasil dentro de quatro meses.
Na terça-feira (18), Eduardo anunciou o afastamento temporário do mandato para permanecer nos Estados Unidos buscando apoio para uma “missão” contra o que considera abusos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na quarta-feira (19), ao conceder entrevista à CNN Brasil, Eduardo foi perguntado se cogita a possibilidade de deixar o mandato definitivamente. Na ocasião, Eduardo confirmou a possibilidade.
“Sim, positivo. Cogito. Eu só vou ter tranquilidade de voltar ao Brasil quando Alexandre de Moraes não for mais ministro da Suprema Corte ou estiver sendo posto no devido lugar dele. Fora isso, não tenho a possibilidade de voltar ao Brasil”, afirmou.
Mais cedo, na quarta, Valdemar Costa deu uma declaração diferente à CNN Brasil. Segundo o presidente do PL, Eduardo será candidato ao Senado nas próximas eleições e deverá voltar ao Brasil após o período da licença.
“Vai ser nosso senador por São Paulo. A previsão é voltar daqui a 4 meses”, disse Valdemar.
PSOL quer afastamento definitivo de Eduardo
Também na quarta-feira (19), a bancada do PSOL na Câmara dos Deputados pediu à Mesa Diretora da Casa que seja negado o pedido de licença de Eduardo. O PSOL quer que o afastamento do parlamentar do PL seja considerado "abandono de mandato".
Na avaliação dos parlamentares do PSOL, apesar de o deputado ter pedido licença para tratar de interesse particular sem remuneração, as declarações do filho do ex-presidente indicam que sua permanência nos EUA tem motivação política e estratégica, e não razões pessoais.
De acordo com a legislação, um deputado pode se afastar sem remuneração por até 120 dias. Caso a licença de Eduardo exceda esse período, o suplente Missionário José Olímpio (PL-SP) assume o posto.
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