As polêmicas envolvendo o escritor Olavo de Carvalho e o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, ganharam mais um reforço. Em entrevista, o filho do presidente Jair Bolsonaro e deputado federal em segundo mandato, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), endossou as críticas que seu irmão Carlos tem lançado sobre Mourão, e disse que ele está "apenas reagindo a isso tudo que salta aos olhos".
Como o senhor avalia a nova polêmica sobre postagens de Olavo de Carvalho?
Na verdade, ele[Olavo] é uma grande referência. E o que tem causado bastante ruído são as sucessivas declarações do vice-presidente de maneira contrária ao presidente da República. O que parece é que, se o general conseguir cumprir a missão dele, que é substituir o presidente no caso da ausência, tudo bem. Ou as missões que o presidente der a ele. Se ele for um soldado do presidente, tudo se encaixa.
O senhor acha saudável ficar alimentando a discussão nas redes sociais no momento em que o governo tenta aprovar a reforma da Previdência?
Será que esse conselho não é válido para o vice-presidente? Que todo mundo faça uma autorreflexão. É claro que o foco aqui é na Previdência. Existe limite para as coisas. São muitas declarações [de Mourão]. Várias vezes as pessoas trazem reclamações relativas ao vice-presidente. Eu falo: "Olha, segura, é um cara bom, leal". Mas chega um momento que as pessoas começam a falar: "Eduardo, você é ingênuo ou está tapando os olhos para a realidade?".
Como vê a postura de Olavo?
Acho que tanto Olavo quanto Carlos estão apenas reagindo a isso tudo que salta aos olhos de quem acompanha a política. Poxa, o general Mourão chegou a curtir um post da [jornalista Rachel] Sheherazade em que ela mete o pau no Jair Bolsonaro. Isso daí não é conduta de vice. Bolsonaro fala que é contra o aborto; ele fala que é a favor. Olha, tudo bem, é uma opinião dele. Mas, vice-presidente, a função dele não é dar opinião; ele já deu. Ele já apareceu neste tempo aí somado mais que José Alencar, Marco Maciel, Itamar Franco e o Temer, que eram vices. Então é o momento de todos nós fazermos uma reflexão. Depois que aprovar a reforma aqui isso se tornará página virada e nós vamos virar uma nova página no governo. Minha intenção não é gerar polêmica. Entendo quem pede para manter o foco na reforma.
O que achou do acordo fechado entre governo e o Centrão que retirou alguns pontos do texto para votar a admissibilidade do texto na CCJ?
Para a reforma é o que o [ministro da Economia] Paulo Guedes fala, é salvar R$ 1 trilhão. Se ele conseguir salvar isso, tem a margem que ele precisa para fazer a transição do atual sistema. Ele mesmo diz, você pode tirar de um lugar, mas vai ter que aumentar em outro. Enfim, o remanejamento pode ser feito, mas se não for feita uma reforma dessa de um trilhão, os investimentos previstos para entrar no Brasil, não entram. Isso é ruim porque gera menos emprego e daqui a uns dez anos vai precisar fazer outra reforma, passar por outro debate porque o sistema não se sustenta sozinho.
Acredita que a reforma será aprovada?
Eu acredito fielmente que vai, acho que já está bem maduro na população. Todo mundo está dando a sua cota de sacrifício. Os parlamentares entrando no regime geral também.
O acordo foi necessário?
As águas vão ser turbulentas. Acordos são bons. Mas sempre vai ser um debate caloroso. Sessões entrando noite adentro, acho que inevitavelmente, não escapa disso. Pode ter sido acordo agora, mas em algum momento não terá.
E sobre o sigilo dos dados [que embasaram o projeto da reforma da Previdência], não seria mais tranquilo se o governo já os apresentasse?
Se o governo fizer isso, eles [oposição] vão arranjar uma outra desculpa para tentar segurar a votação. Não é uma questão de mérito, mas do que entendem ser o papel deles aqui. Segurar e não aprovar a reforma, qualquer que seja. Eles sabem que, com uma reforma bem feita, o Brasil deslancha e isso cai na conta do Jair Bolsonaro, assim como, se a reforma não for feita e o Brasil quebrar, também vão tentar botar na conta do Bolsonaro, para tentar colocar alguém do partido deles, ou com perfil similar ao deles, de volta no poder.
Como o senhor vê a posição do PSL na comissão? Houve críticas.
Sim, mas foram críticas construtivas. A bancada realmente precisa de um pouco mais de experiência. Facilmente 95% são de primeiro mandato, não tem problema nenhum nisso, mas eu acredito que vai dar conta do recado.
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