Após a suposta tentativa de interferir nas eleições argentinas através da intermediação de um empréstimo no CAF, o Banco de Desenvolvimento da América Latina, o governo brasileiro decidiu enviar a Buenos Aires um assessor para acompanhar a votação marcada para este domingo (22).
De acordo com a edição desta segunda-feira (16) do Diário Oficial da União (DOU), o assessor Alexandre Pupo Quintino vai participar do Programa de Visitantes Internacionais para as Eleições Gerais da Argentina 2023. Pupo faz parte do gabinete de Celso Amorim, assessor pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos internacionais.
Segundo a publicação, Pupo vai a Buenos Aires “a convite” do governo argentino no período de 19 a 24 de outubro (veja na íntegra).
A eleição argentina é vista pelo governo brasileiro como de extrema importância, principalmente por conta da ascensão do candidato libertário Javier Milei, que vem despontando nas pesquisas de opinião pelas propostas heterodoxas para a economia do país – que vive uma crise profunda com uma inflação que já bate 130% ao ano.
A ascensão de Milei preocupa o Brasil não apenas pela possibilidade de derrotar o candidato governista Sergio Massa, de quem Lula é próximo. Mas, entre outras, pela proposta de retirar a Argentina do Mercosul, que o presidente vem tentando dar um novo fôlego desde o início do novo governo.
A saída do país do bloco econômico pode acarretar em uma queda nas relações comerciais entre os dois países. A Argentina é o principal parceiro comercial do Brasil na América Latina e o terceiro do mundo, com um volume de negócios que alcança 5,6% das exportações.
Além de pregar a saída do Mercosul, Milei propõe também a dolarização da economia argentina, o fechamento do Banco Central do país e a redução do tamanho do estado.
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