O subprocurador-geral da República, Nicolao Dino, desistiu de concorrer à lista tríplice para a chefia do Ministério Público Federal. Dino foi o primeiro colocado para o cargo de procurador-geral da República, na eleição promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), em 2017, à frente da atual procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que acabou sendo escolhida pelo então presidente Michel Temer (MDB).
Cabe ao presidente da República escolher o chefe do Ministério Público Federal. Ele não é obrigado a escolher nenhum nome da lista da Associação, conforme prevê a Constituição.
A tradição de formação da lista tríplice iniciou-se em 2001. Daquele ano até 2017, a lista tríplice para o cargo de Procurador-Geral da República não foi acatada em sua primeira edição e em 2017 quando Temer escolheu Raquel Dodge.
Em carta aberta à ANPR, Dino citou uma "crise interna sem precedentes". De acordo com o subprocurador, "são urgentes a estabilização institucional e o exercício da alteridade" para que a Procuradoria seja fortalecida.
"É preciso superar as fricções internas com alto potencial corrosivo, investindo na recompreensão da ideia de pluralidade e de sua compatibilização com o conceito de unidade. A recuperação da dimensão substantiva do conceito de liderança institucional, nesse contexto, é um ingrediente inafastável", afirmou.
Nicolao Dino apontou ainda "lamentável lacuna normativa quanto ao processo de escolha do Procurador-Geral da República". O subprocurador negou que haja "espírito corporativo" e registrou a "forte simbologia política" da lista tríplice.
"Por dever de lealdade e de inegociável compromisso com os valores mais caros do Ministério Público e da sociedade, que o momento presente, carregado de circunstâncias adversas, me impulsiona para fora do atual processo sucessório relativo à chefia do Ministério Público Federal", afirmou.
"Retiro-me, pois, do atual processo de escolha para o cargo de Procurador-Geral da República, mas não da trincheira de luta pela realização dos valores do Ministério Público e de seus objetivos institucionais."
O subprocurador fez um pedido na carta. "Permitam-me o atrevimento de, agora na prerrogativa de 'eleitor', dizer a vocês que aqui não há lugar para projetos pessoais, pois, Público é o Ministério; que aqui não cabem promessas vãs, eleitoreiras ou inexequíveis; que aqui não há lugar para nada que possa ser confundido com corporativismo ou populismo", anotou.
"A lista tríplice deve ser moldada com base em propósitos republicanos, porque essa é a dimensão do cargo de Procurador-Geral da República. A lista tríplice é patrimônio imaterial do MPF e da sociedade brasileira. A hora é difícil e penosa para a Instituição, tantos são os desafios que se nos apresentam."
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF