Das 26 capitais, 14 têm prefeitos que podem se candidatar à reeleição. E, a um ano para as disputas municipais de 2020, as movimentações políticas de sucessão já começaram. Alguns prefeitos, como Alexandre Kalil (PSD), de Belo Horizonte, saem na frente com alto índice de aprovação.
Outros, como Bruno Covas (PSDB), de São Paulo, têm de enfrentar, além da rejeição dos eleitores, possíveis candidatos fortes. Podem concorrer a um novo mandato os prefeitos de São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Aracaju, Rio de Janeiro, Campo Grande, Cuiabá, Goiânia, Porto Velho, Rio Branco, Natal e Palmas.
A Gazeta do Povo levantou a situação eleitoral na maioria dessas cidades.
São Paulo pode ter duelo de Covas com Joice, Datena e Russomanno
Em São Paulo, Bruno Covas têm de superar a rejeição dos eleitores. O Paraná Pesquisas mostrou que 58,4% dos eleitores desaprovam a gestão e 43,1% deles consideram o trabalho de Covas péssimo ou ruim. Além disso, os entrevistados responderam sobre o potencial eleitoral de candidatos específicos. Neste quesito, 60,3% dos entrevistados declararam que não votariam no atual prefeito de jeito nenhum. O levantamento foi realizado entre os dias 20 e 24 de setembro.
Foram comparados a Covas outros possíveis candidatos: os deputados federais Celso Russomanno (PRB) e Joice Hasselmann (PSL), o apresentador Datena, o ex-governador Márcio França (PSB) e o ex-deputado federal Jilmar Tatto (PT). Datena, apresentador do programa “Brasil Urgente” na Band, tem o maior potencial eleitoral, pois 43,8% dos entrevistados dizem que poderiam votar nele. Em seguida na mesma categoria vem Russomanno (41,7%), França (39,6%), Hasselmann (23%), Covas (30,3%) e Tatto (15,1%).
Joice Hasselmann considera a candidatura “muito provável”. Em entrevista recente à Gazeta do Povo a líder do governo na Câmara disse que tudo depende da palavra final do presidente Jair Bolsonaro.
Filipe Sabará, atual presidente do Fundo Social de São Paulo, pode ser a alternativa do partido Novo, segundo a Folha de S. Paulo. De acordo com o Paraná Pesquisas, nas perguntas estimuladas – quando o entrevistador cita nomes de possíveis candidatos – Sabará apareceu com menos de 1% de intenção de votos, mas o cenário pode mudar.
Bruno Covas foi vice-prefeito de São Paulo, eleito na chapa de João Doria, em 2016. Assumiu a prefeitura em 2018, quando Doria deixou o cargo para concorrer ao governo do estado.
Em Belo Horizonte, Alexandre Kalil tem alta aprovação
Em Belo Horizonte, o prefeito Alexandre Kalil (PSD), apresenta um grande índice de aprovação entre os eleitores. 71,5% aprovam a gestão, segundo o Paraná Pesquisas. Já os que consideram a gestão boa ou ótima são 53,4%. O prefeito declarou que tem intenção de concorrer novamente. Entre 2008 e 2014, ele foi presidente do Clube Atlético Mineiro, antes disso atuava como dirigente. Outros nomes lembrados na pesquisa são os deputados estaduais João Vítor Xavier (Cidadania) e André Quintão (PT), o vereador Mateus Simões (Novo) e a deputada federal Áurea Carolina (Psol).
Em Porto Alegre, tucano sobreviveu a cinco pedidos de impeachment
Nelson Marchezan Júnior, prefeito de Porto Alegre, foi o primeiro candidato do PSDB a conseguir ocupar a prefeitura da capital gaúcha. A Câmara Municipal de Porto Alegre já arquivou cinco pedidos de impeachment contra o prefeito, até o início de setembro deste ano. Um dos partidos que fez parte da base de apoio que ajudou a eleger Marchezan, o PP rompeu com o prefeito.
Em três perguntas estimuladas feitas em levantamento pelo Paraná Pesquisas, Marchezan não aparece em primeiro, a melhor pontuação é de 12,2%. Entre os possíveis candidatos também são lembrados os nomes dos ex-deputados Manuela d’Ávila (PCdoB) e Beto Albuquerque (PSB), dos deputados estaduais Juliana Brizola (PDT) e Sebastião Melo (MDB).
Curitiba tem disputa entre conhecidos dos eleitores
Rafael Greca (DEM) tem a chance de ocupar a prefeitura de Curitiba pelo terceiro mandato. Em março deste ano, 57,6% aprovavam a gestão e 39,2% desaprovavam, segundo o Paraná Pesquisas. Na capital paranaense, os possíveis candidatos são antigos conhecidos do eleitorado, como o ex-prefeito Gustavo Fruet (PDT), o deputado federal Ney Leprevost (PSD) e o maior representante do bolsonarismo no estado, Fernando Francischini (PSL), que atualmente é deputado estadual.
Rio de Janeiro ainda tem espaço para candidato do PSL; Crivella e Paes surgem como adversários
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), deve concorrer à reeleição. Em 2018, uma pesquisa do Datafolha mostrou que o índice de reprovação a Crivella era de 58%. Em abril deste ano, a Câmara Municipal aceitou a admissibilidade de um pedido de impeachment contra o prefeito e a instauração do processo foi rejeitada em junho.
Entre os possíveis concorrentes poderão estar o deputado federal Hélio Lopes (PSL), acompanhante constante do presidente Jair Bolsonaro. Eduardo Paes (DEM) pode voltar à corrida e ser a aposta do Democratas. Até Gustavo Bebianno, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, estaria de olho na vaga. E Marcelo Freixo (Psol) pode disputar pela terceira vez.
Florianópolis: prefeito que foi preso pode concorrer
Em Florianópolis, Gean Loureiro (Sem partido), pode tentar a reeleição. Ele deixou o MDB em maio deste ano. O prefeito foi preso temporariamente pela Polícia Federal em 18 de junho e liberado no mesmo dia, após prestar depoimento. A prisão ocorreu no âmbito da operação Chabu, que investigava supostas violações de sigilo em operações policiais.
Uma semana após o depoimento as medidas cautelares que o afastaram do cargo foram revogadas pelo TRF-4 e Loureiro voltou a comandar a prefeitura. Em 2016, ele foi eleito com 50,26% do votos válidos e venceu Angela Amin (PP) que teve 49,74% dos votos. Atualmente, Angela Amin é deputada federal.
Aracaju: prefeito do PC do B deve tentar quarto mandato
O atual prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB), deve concorrer à reeleição. Se vencer, será o quarto mandato conquistado nos últimos 14 anos (ganhou em 2006, 2010 e 2016). Na última disputa, concorreu com Valadares Filho (PSB) no segundo turno em 2016 e ganhou com 52,11% dos votos.
Campo Grande: família Trad pode manter dinastia
Marquinhos Trad (PSD), atual prefeito de Campo Grande, ganhou a eleição no segundo turno com 58,77% dos votos. Ele concorreu com a atual deputada federal Rose Modesto (PSDB). Trad vem de uma família de políticos, o irmão Nelson Trad Filho já comandou a prefeitura de Campo Grande e o pai é o ex-deputado federal Nelson Trad.
Porto Velho: ex-promotor tenta repetir 2016
Dr. Hildon Chaves (PSDB), que pode concorrer à reeleição na capital de Rondônia, fez carreira como promotor de Justiça e pediu exoneração em 2013 para disputar as eleições municipais três anos depois. Disputou o segundo turno de 2016 com Léo Moraes (PTB) e ganhou com 65,15% dos votos. Ele e a mulher comandam o Grupo Athenas, que possui faculdades em Rondônia, Acre e Mato Grosso.
Cuiabá: Emanuel Pinheiro pode continuar no cargo
Ex-vereador e deputado estadual, Emanuel Pinheiro (MDB) pode disputar a reeleição. Em 2016, ele foi eleito no segundo turno com 60,41% dos votos e venceu Wilson Santos (PSDB).
Em Goiânia, prefeito de 85 anos pode chegar ao quinto mandato
Em 2016, Iris Rezende (MDB) recebeu 57,70% dos votos e foi eleito no primeiro turno. Ao todo, ele já venceu quatro vezes a eleição municipal de Goiânia. Rezende é o mais velho entre os prefeitos que podem concorrer a reeleição, com 85 anos. Foi vereador, deputado estadual, governador, senador, ministro da agricultura de José Sarney (1986-1990) e ministro da Justiça, no governo FHC, em 1997.
Vices que assumiram no meio do caminho podem abrir segundo mandato
Assim como Bruno Covas, outros vice-prefeitos assumiram capitais quando os titulares decidiram se afastar para concorrer ao governo, em abril de 2018. Agora os atuais prefeitos podem tentar uma eleição própria.
Rio Branco
Socorro Neri (PSB) entrou na prefeitura de Rio Branco como vice de Marcus Alexandre (PT) e hoje é a atual prefeita. O petista deixou o cargo para concorrer ao governo do estado, mas não foi eleito. Na eleição de 2016, a chapa formada pelos dois venceu no primeiro turno com 54,87% dos votos.
Natal
Álvaro Costa Dias (MDB) atual prefeito de Natal era vice de Carlos Eduardo Alves (PDT). Alves deixou o comando da prefeitura para tentar ser governador, não deu certo. Alves e Dias foram eleitos no primeiro turno em 2016 com 63,42% dos votos.
Palmas
Cinthia Ribeiro (PSDB) assumiu o comando de Palmas no lugar de Carlos Amastha (PSB). Amastha também deixou o cargo para concorrer ao governo do estado, mas não se elegeu. Nas eleições de 2016, Amastha e Cinthia ganharam no primeiro turno, com 52,38% dos votos.
Quem são os 12 prefeitos que não podem tentar a reeleição
Prefeitos de 12 capitais não podem mais reeleger, pois ocupam o cargo desde 2013 e foram reeleitos em 2016. São eles:
- ACM Neto (DEM) - Salvador
- Roberto Cláudio (PDT) - Fortaleza
- Luciano Rezende (Cidadania) - Vitória
- Rui Palmeira (PSDB) - Maceió
- Zenaldo Coutinho (PSDB) - Belém
- Geraldo Julio (PSB) - Recife
- Edivaldo Holanda Júnior (PDT) - São Luís
- Firmino Filho (PSDB) - Teresina
- Teresa Surita (PMDB) - Boa Vista
- Luciano Cartaxo (PV) - João Pessoa
- Clécio Luís Vieira (Rede) - Macapá
- Arthur Neto (PSDB) - Manaus
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