Ex-presidente dos EUA Donald Trump perdeu as eleições em 2020 para o democrata Joe Biden.| Foto: Nicholas Kamm/AFP
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A Gazeta do Povo lançou o e-book Dossiê 2022, para que os nossos leitores tenham à mão todas as informações necessárias para acompanhar o xadrez político das próximas eleições presidenciais. A partir de perguntas formuladas por jornalistas, especialistas das mais diversas áreas dizem quais são fatores que vão influenciar o voto do brasileiro e como eles acreditam que serão as eleições. Este conteúdo é uma parte do e-book, que você pode baixar gratuitamente, na íntegra, ao fim do texto.

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A derrota de Donald Trump pode causar algum tipo de impacto no Brasil?

CASSIO FAEDO, advogado e professor, Cassio Faeddo é Mestre em Direito e MBA em Relações Internacionais. Pós-graduado em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Especialista em Direito Público internacional e Relações internacionais. 

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Bolsonaro alinhou-se automaticamente a Trump, sem contrapartida. É o tipo de ação que não admite falhas na estratégia. Porém, os acontecimentos de 2020, em especial o tratamento de Trump a Pandemia do Coronavirus, e as manifestações decorrentes do assassinato de George Floyd, afetaram a campanha de Trump. Antes da pandemia não havia muitas dúvidas que Trump venceria, o desemprego baixo, a economia em crescimento, tudo conspirava para a vitória de Trump. Mas não ocorreu.

Biden não retaliará Bolsonaro apenas por ele ser Trumpista, e consequentemente o Brasil, de forma automática e irrealista.  Cada caso será negociado na lâmina de faca afiada de Biden. Assim, os EUA deverão tratar cada caso separadamente; as questões de proteção ambiental e de direitos humanos serão importantes até 2022 para o presidente brasileiro.

ALEXANDRE BORGES, analista, palestrante, consultor, podcaster e colunista sobre política nacional e internacional da Gazeta do Povo. Foi titular do programa "3 em 1" da Jovem Pan FM, líder de audiência no segmento. 

Já causou. A derrota de Trump tira dos políticos messiânicos de direita o discurso da sua inevitabilidade histórica. A espiritualidade popular por vezes é sequestrada ou ludibriada pela ideia de que um político representa uma onda histórica e que todos que não querem se afogar devem aprender a surfar.

Os conservadores mais proeminentes do mundo hoje, Boris Johnson e Benjamin Netanyahu, divergem dos mais populistas mais radicais em questões essenciais como no combate à pandemia colocando a vida humana e a ciência em primeiro lugar.

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DENNYS GARCIA XAVIER, autor e tradutor de dezenas de livros, artigos e capítulos científicos, é professor de Filosofia Antiga, Política e Ética da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professor do Programa de Pós-graduação em Direito (UFU) e diretor acadêmico da Pós-Graduação em Escola Austríaca do Instituto Mises Brasil (IMB). Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e mestrado em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP - Bolsista FAPESP). Pós- graduado em Administração Pública pela Universidade UNICESUMAR, tem doutorado em "Storia della Filosofia" pela "Università degli Studi di Macerata", pós-doutorado pela Universidade de Coimbra (Portugal) e pela PUC-SP. 

O que Trump fez pelo Brasil em seus anos de governo? O que a suposta amizade entre o governo brasileiro e o governo Trump fez pelo nosso país em termos concretos? Vi pouco ou nada. Americanos são pragmáticos e atuam segundo seus interesses...ponto. Vão continuar ávidos pelo mercado brasileiro, por ventilar novas possibilidades de negócios, cooperação e parcerias. Neste sentido, absolutamente nada vai mudar. A única aresta que vejo nessa relação passa pelas questões ambientais. Biden citou nominalmente o nosso país durante debate presidencial ao tratar especificamente desse tema. Uma pauta ambiental mal ajustada poderá trazer algum nível de tensão diplomática pontual.

FLAVIO QUINTELA, bacharel em Engenharia Elétrica e atua como empresário no ramo de suprimentos médico-odontológicos. É também escritor, autor de dois best-sellers - Mentiram e Muito para Mim, e Mentiram Para Mim Sobre o Desarmamento - e colunista da Gazeta do Povo. Mora nos Estados Unidos desde 2014.

Creio que a derrota de Trump não vá causar nenhum impacto negativo ao Brasil. O relacionamento entre os dois países vai muito além de afinidades pessoais entre seus presidentes. A presidência Biden, no entanto, pode causar um impacto negativo em nível mundial, caso implique numa desaceleração econômica dos Estados Unidos, e nesse sentido o Brasil seria impactado como qualquer outra nação.

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