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O líder da Frente Parlamentar de Segurança, a bancada da bala, deputado federal Capitão Augusto (PR-SP), enviou ofício ao presidente Jair Bolsonaro pedindo a recriação do Ministério da Segurança, instituído pelo ex-presidente Michel Temer, mas que foi extinto no início do atual governo e incorporado ao “superministério” da Justiça, comandado até sexta-feira passada pelo ex-juiz Sergio Moro.
Lembrando ser porta-voz da maior bancada parlamentar do Congresso – com mais de trezentos adeptos, entre deputados e senadores – o deputado Capitão Augusto afirmou ser “oportuno reiterar a valorização do tripé: saúde, educação e segurança, onde somente este último ficou relegado à condição de apenso de outro Ministério”. No ofício, o parlamentar destaca que a reivindicação tem apoio de entidades nacionais ligadas à segurança pública, dentre elas procuradores da República, representantes de bombeiros e das polícias Militar, Civil, Rodoviária, Judiciária e Federal.
Ao defender a recriação do ministério, o deputado de origem militar renega opinião assumida por ele em meados de janeiro, quando estava justamente em posição contrária, e acusou o presidente Jair Bolsonaro “de tentar enfraquecer o ministro Sergio Moro ao cogitar desmembrar o Ministério da Justiça para criar o Ministério da Segurança Pública”. O pedido da volta do Ministério da Segurança tinha sido apresentado a Bolsonaro em reunião com secretários estaduais da área. À época, o deputado Capitão Augusto afirmou que era “totalmente contrário” ao desmembramento dos ministérios. “Não é o momento de enfraquecer o ministro Sergio Moro. Já tivemos um monte de derrotas no ano passado: Coaf, abuso de autoridade, prisão em segunda instância, o pacote anticrime que deram uma esvaziada. Começar o ano enfraquecendo o ícone, a referência, a personalidade que mais combate a corrupção e a criminalidade é ir na contramão de tudo que estamos pregando”, afirmou.
A mudança de posição aconteceu menos de um mês depois, quando Capitão Augusto apresentou uma emenda para mudar a medida provisória que definia a nova estrutura da Esplanada dos Ministérios. “Nós da frente parlamentar, boa parte da base que são os reeleitos, lutamos muito para a criação do Ministério da Segurança. Nós acreditamos realmente que tem que ser tratado de uma forma diferente o pessoal que está trabalhando diretamente com o policiamento ostensivo, preventivo e a repressão imediata”, defendeu o deputado federal.