Ouça este conteúdo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar as sanções que os países do ocidente têm adotado contra a Rússia como uma forma de pressionar o país a colocar um fim no conflito contra a Ucrânia. As afirmações do mandatário brasileiro foram feitas durante seu discurso na abertura da III Cúpula Celac-União Europeia, na cidade de Bruxelas, na Bélgica, nesta segunda-feira (17) – Celac é a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos.
O petista se diz defensor da "paz negociada" e não concorda com o tratamento que os demais países tem dado à guerra que já dura mais de um ano. "Recorrer a sanções e bloqueios sem o amparo do direito internacional serve apenas para penalizar as populações mais vulneráveis. Precisamos de paz para superar os grandes desafios que temos diante de nós e isso implica mudanças sistêmicas profundas. Dividir o mundo em blocos antagônicos seria uma insensatez", disse o mandatário brasileiro.
Essa não é a primeira vez que o mandatário brasileiro adota tal posicionamento. Antes mesmo do início do evento, o conflito entre os dois países já era um ponto de divergências entre os participantes da cúpula. Enquanto embaixadores dos 60 países negociavam a declaração conjunta a ser assinada durante a Cúpula, o Brasil e outros países da América Latina se opuseram ao ponto do texto que declarava total apoio à Ucrânia.
Lula também voltou a criticar o Conselho de Segurança da ONU (grupo formado por Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China), no qual ele tenta incluir o Brasil desde que assumiu para seu primeiro mandato como presidente do Brasil, em 2003.
"A guerra na Ucrânia é mais uma confirmação de que o Conselho de Segurança das Nações Unidas não atende aos atuais desafios à Paz e à Segurança. Seus próprios membros não respeitam a Carta da ONU. Em linha com a Carta das Nações Unidas, repudiamos veementemente o uso da força como meio de resolver disputas. O Brasil apoia as iniciativas promovidas por diferentes países e regiões em favor da cessação imediata de hostilidades e de uma paz negociada", disse o brasileiro.