O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, durante transmissão pelas redes sociais na noite deste domingo (7), que a democracia brasileira "ganhou defensores de peso no exterior", em referência ao empresário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), que está desafiando bloqueios de contas na plataforma ordenados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Para o ex-presidente, o reforço vem em boa hora.
“A democracia no país corre sério risco, sobretudo a nossa liberdade de expressão, com censura, prisões e outros absurdos. É preciso lutar pela volta da normalidade democrática”, disse. “O X está exibindo as entranhas do poder depois que o Musk o comprou”.
Durante a chamada "superlive", para tratar da organização da direita nas eleições municipais deste ano, Bolsonaro exibiu um vídeo de maio de 2022 no qual chama Musk de "mito da liberdade" no Brasil. "Fui visionário", brincou.
Para o ex-presidente, a reação do empresário é uma boa novidade, que ainda pode render frutos. “O caso que estamos acompanhando, de perda de liberdades básicas, não é novidade para mim, que senti isso na pele. A quem direito que tome as devidas providências para voltar à normalidade democrática e para que a vontade popular seja plenamente aceita”, detalhou.
"Quem se empenhou para me tirar da Presidência e colocar esse pessoal lá é que tem de se explicar. O sistema tem boa parte da culpa. A censura começou em 2020, em cima do pessoal da direita, com muitos detidos, exilados, e com seus canais [nas redes sociais] desmonetizados", lamentou.
Deputados do PL presentes informaram que seguirão em comitiva no começo desta semana para Bruxelas, na Bélgica, para denunciar ao Parlamento Europeu a escalada de arbitrariedades no país, a exemplo do que fizeram na sede da ONU e em frente ao Congresso dos Estados Unidos. Eles avaliam que as ações internacionais têm produzido resultados, como a reação de Musk.
Bolsonaro vê Lula incapaz de reagir a crises
Jair Bolsonaro criticou o governo de seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por ter "ministros incompetentes, que ninguém conhece". Na economia, ele previu uma situação complicada para julho ou agosto, escalada de piora das contas públicas e crescente pressão por arrecadação de impostos. “Temos um governo agora sem capacidade de reação”, resumiu.
“O que mantém um presidente na cadeira presidencial é a economia. (Lula) pegou um vento de cauda da economia de trás, vindo de nossa gestão. Só de infraestrutura havíamos contratado um trilhão de reais para os próximos 10 anos, com destaque para ferrovias”, disse, lembrando que os investidores estão “pondo o pé no freio” depois do intervencionismo estatal.
O ex-presidente prometeu continuar andando pelo país, para ajudar o seu partido e mostrar realizações de sua gestão na segurança, na economia e em outras áreas.
Na "superlive", Bolsonaro estava em companhia do filho Eduardo (PL-SP), deputado federal, e Carlos (Republicanos-RJ), vereador do Rio de Janeiro, alé, do deputado federal Mário Frias (PL-SP). O ex-presidente falou que tem recebido manifestações de apoio em várias partes do país, como resultado de resultados de sua gestão e até de arrependidos, como os de prefeitos do Nordeste, "que apoiaram o outro lado".
Ele fez um panorama do PL após o fim da janela partidária e procurou acalmar insatisfeitos com pré-candidaturas. “Nenhum partido é perfeito, nem o nosso, que é o maior do Brasil”, disse, ressaltando que o importante é "manter a direita unida". Para ele, o pleito municipal servirá de base para as eleições gerais de 2026, destacando a vantagem dos seus partidários nas redes sociais.
"Ato no Rio levará nova fotografia ao mundo"
Bolsonaro aproveitou para reforçar a convocação do ato político de 21 de abril, na Praia de Copacabana, no Rio, em continuidade à concentração da Avenida Paulista, em 25 de fevereiro. Ele evitou dar detalhes para o evento, que novamente está sob a organização do pastor Silas Malafaia, mas repetiu que o tema será a tal “maior fake news”, sobre a minuta do golpe, supostamente tentada no fim de 2022 e no 8 de Janeiro, “sem arma ou conspiração”.
“Teremos uma nova fotografia para mostrar ao mundo”, com a população do país mostrando que não está satisfeita com o que está ocorrendo com os destinos do Brasil.
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