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O embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, disse que espera do governo brasileiro uma dura condenação aos atos terroristas do Hamas. O posicionamento incisivo do país teria grande impacto internacional, já que o Brasil ocupa a presidência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
“O Brasil é um país importante na arena internacional. Esperamos que o Brasil lidere uma condenação muito forte contra as ações terroristas do Hamas, para que ninguém mais pense em fazer isso [...] Pedimos ao governo brasileiro para olhar na realidade e definir a organização como realmente terrorista. E também que entenda que temos o direito de nos defender”, disse o embaixador em entrevista ao jornal O Globo, nesta terça-feira (10).
Zonshine também esclareceu que a Autoridade Palestina com quem Israel mantém cooperação não é o Hamas e ressaltou que o governo israelense está em contato direto com o governo brasileiro para faciltiar as missões de repatriação.
Apesar das expectativas do embaixador e das críticas internas, o governo petista tem evitado classificar o Hamas como terrorista. Além de se valer da alegada “neutralidade” em conflitos internacionais, a visão do governo brasileiro está alinhada com países como África do Sul, Rússia e Noruega.
Vale lembrar que o Hamas parabenizou Lula pela vitória na eleição do ano passado. Na ocasião, Basim Naim, membro do Bureau Político do Hamas, chamou Lula de “lutador pela liberdade”.
Também tem chamado atenção o posicionamento pró-terrorismo de figuras da extrema-esquerda brasileira.
A deputada estadual gaúcha Luciana Genro, que é também fundadora do PSOL, chegou a equiparar o ataque terrorista à luta contra o nazismo e foi desmentida por uma checagem nas redes sociais.
O ex-padre ícone da Teologia da Libertação e apoiador de Lula, Leonardo Boff, condenou os ataques terroristas do Hamas contra Israel, mas disse que “nesta guerra não há inocentes”.
O Partido da Causa Operária (PCO) foi além e prestou homenagem de apoio ao Hamas, grupo terrorista responsável por sequestros, estupros, torturas e centenas de assassinatos durante a ofensiva contra Israel no último fim de semana.
Já o ministro Silvio Almeida, titular da pasta de Direitos Humanos do governo federal, segue em silêncio dois dias após o início dos ataques terroristas.