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O ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, e o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) trocaram críticas em audiência realizada nesta terça-feira (5) na Câmara dos Deputados.
Kataguiri foi um dos deputados que apresentou pedido de convite ao ministro para ele prestar esclarecimentos sobre o pagamento de passagens à “Dama do tráfico amazonense", mulher do líder do Comando Vermelho.
Ao responder o deputado, que não ficou satisfeito com as respostas sobre o pagamento das passagens, Silvio Almeida disse que Kataguiri “não consideraria suficiente” a sua resposta por ele fazer “parte de um grupo (MBL) que tem como algo usual fazer falas difamatórias, para dizer depois que venceu um debate que nunca se propôs a fazer.”
“O senhor pertence ao pior grupo do país e que é responsável pela deterioração do debate político no Brasil. Tenho direito de me posicionar e de responder na condição de ministro de Estado que sou. O deputado vem me atacando e fazendo insinuações de caráter criminoso”, disse o ministro.
Almeida ainda apontou que o deputado estaria “prevaricando” ao acusar a conduta do Ministério dos Direitos Humanos. “Se o senhor acha que tem alguma coisa de errado com a conduta do ministério [dos Direitos Humanos e da Cidadania], tome a conduta que deve, caso contrário, o senhor estará prevaricando”, alegou.
Na ocasião, Almeida também se solidarizou pelo padre Júlio Lancelotti, “por estar sendo atacado por um ex-membro” do grupo político de Kataguiri.”
“Eu repito aqui: o senhor e o seu grupo são os maiores responsáveis por desestabilizar a democracia brasileira”, reforçou o ministro.
Em resposta as acusações e críticas apontadas, o deputado Kataguiri apontou o “desequilíbrio” e o “incômodo” do ministro em responder as perguntas, e disse que se Almeida quiser pode “entrar com ações judiciais contra ele”.
“O senhor apontou que eu faço acusações difamatórias e que eu poderia até estar prevaricando, se não tomasse uma atitude contra o seu ministério, o senhor pode me processar - se eu disse alguma mentira aponte essa notícia falsa ao judiciário - serei condenado e serei obrigado a me retratar, mas o senhor não fará, porque sabe que perderá”, disse Kataguiri na audiência.
O deputado ainda justificou que as perguntas foram apresentadas com muita tranquilidade, mas “o ministro preferiu não respondê-las”. “Não possui respostas, porque as respostas não podem ser dadas, porque são noticias e fatos. Quando não se sabe combater no mérito e responder no mérito, ataca-se o mensageiro”, apontou.
Kataguiri também rebateu as acusações feitas ao Movimento Brasil Livre, o qual é o fundador e coordenador. “Se o senhor quer colocar que o meu grupo desestabiliza a democracia brasileira, me perdoe, o governo que vossa excelência faz parte, teve diversos membros condenados por implementar uma ditadura da propina em relação a este Congresso Nacional e com muito orgulho derrubamos esse governo”, concluiu Kataguiri.