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CPI da Covid

Empresário confirma críticas a vacinação e máscaras, mas nega disseminação de notícias falsas

O empresário Otávio Fakhoury, em depoimento à CPI da Covid
O empresário Otávio Fakhoury, em depoimento à CPI da Covid (Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado)

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O empresário Otávio Fakhoury, que depõe à CPI da Covid do Senado nesta quinta-feira (30), reforçou ao colegiado críticas que fez a medidas de prevenção contra a pandemia de coronavírus, como o uso de máscaras, as ações para restrição de circulação e a vacinação com o imunizante Coronavac. Ele, porém, rejeitou integrar um esquema de disseminação de fake news e também disse não manter proximidade com o presidente Jair Bolsonaro.

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), exibiu vídeos e postagens nas redes sociais de Fakhoury em que o empresário contestou a Coronavac - em uma das gravações, ele afirmou que o coronavírus havia sido criado pela China e que o país asiático estaria se beneficiando com a venda de vacinas "que não funcionam".

Fakhoury manteve as falas e disse que as declarações são protegidas pela liberdade de opinião. A afirmação foi contestada por Calheiros e pelo vice-presidente da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Os parlamentares alegaram que o posicionamento de Fakhoury contrariaria preceitos científicos e, portanto, não deveria ser enquadrado como algo aceito dentro da liberdade de expressão.

O empresário declarou que não se vacinou contra a Covid-19 por entender que os imunizantes que estão em circulação no território nacional estariam, sob sua visão, ainda em fase de testes. "Não ouçam o senhor Fakhoury. Se vacinem", rebateu o vice Randolfe.

Fakhoury foi questionado acerca de um vídeo veiculado no início do ano por apoiadores de Bolsonaro, um clipe musical com o mote "queremos respirar", a defesa do tratamento precoce e críticas ao uso de máscaras e medidas restritivas. O empresário declarou que não patrocinou o vídeo, apenas forneceu uma imagem para a composição da peça e colaborou para a sua divulgação.

O empresário negou ser um influenciador e disse que seus posicionamentos sobre a pandemia têm efeito apenas a ele próprio e à sua família. Ele declarou defender que cada pessoa decida sobre o uso de máscaras e vacinação, sem a determinação de obrigatoriedade em relação aos temas.

Desabafo de Contarato

A reunião da CPI foi aberta com um desabafo do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), que ocupou a cadeira da presidência da comissão para criticar um ataque de cunho homofóbico que recebeu de Fakhoury nas redes sociais. Em maio, após Contarato pedir a prisão do ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten, Fakhoury escreveu em seu perfil: "O delegado homossexual assumido talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário. Qual seria o perfumado que o 'cativou'". Contarato é homossexual.

O senador disse que pediria às autoridades policiais a investigação de Fakhoury por um eventual crime de homofobia. Ele afirmou também que a postagem de Fakhoury foi desrespeitosa e disse esperar a existência de um dia em que a orientação sexual não seja pretexto para julgamentos. “A mesma certidão de casamento que o senhor tem, eu também tenho. E aí fala em Deus acima de todos? O senhor não sabe a dor que eu sinto”, declarou Contarato. O senador recebeu a solidariedade de diversos parlamentares que estavam na sessão - entre eles, Marcos do Val (Podemos-ES), que é alinhado ao governo Bolsonaro.

O empresário disse que havia feito publicação em tom de brincadeira e sem a intenção de ofender. Ele pediu desculpas a Contarato pela declaração.

Calendário final da CPI


Antes da abertura da oitiva com Fakhoury, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), anunciou que o dia 20 de outubro deverá ser a data do término dos trabalhos da comissão. A expectativa, segundo ele, é que o relatório de Calheiros seja lido no colegiado no dia anterior.

Aziz também divulgou o calendário de depoimentos para a próxima semana. Na terça (5), a comissão ouvirá o executivo Carlos Alberto Sá, proprietário da empresa VTC Log; no dia seguinte, um dos médicos que denunciou a empresa Prevent Senior; e na quinta-feira (7), um representante da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

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