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Debate no Senado

Empresários apontam riscos da IA, mas temem rigidez na legislação

Debatedores alertam: legislação muito rígida pode engessar IA brasileira (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

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A Comissão sobre Inteligência Artificial do Senado realizou nesta segunda-feira (1º) um debate para aprofundar a discussão sobre o PL 2.338/2023, projeto de lei que visa regulamentar o uso da inteligência artificial no país. O debate foi solicitado pelo senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP).

Durante a audiência, alguns debatedores apontaram que os riscos não podem servir como pretexto para engessar a legislação e atrasar o avanço do setor no Brasil.

“A gente está mais preocupado em gerar obrigações excessivas, antes dos fomentos necessários para desenvolver o Brasil e, ainda mais, desenvolver o Brasil com uma tecnologia que é apontada como uma das mais promissoras, se não a mais promissora do século, que é a inteligência artificial. Este é o momento para a gente parar e pensar para onde a gente quer que o Brasil vá”, alertou o presidente da Associação Brasileira de Inteligência Artificial (Abria), Rodrigo Scotti.

Na avaliação de Mateus Costa-Ribeiro, da empresa startup Talisman IA, o texto em discussão no Senado é muito abstrato, ambíguo e pode prejudicar as startups brasileiras. Para ele, o Brasil está querendo regular a IA de maneira prematura, o que pode criar barreiras desnecessárias à inovação brasileira.

“O melhor lugar para a regulação da inteligência artificial é o tempo, a paciência. O ChatGPT foi lançado há menos de dois anos. (...) Não existe amadurecimento para o tema e eu acredito que há um risco grande de as startups serem prejudicadas, e não apoiadas, como é a intenção do Senado brasileiro, avaliou o empresário.

Para a consultora do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Ana Bialer, a proposta precisa ser mais simples e menos restritiva. Ela fez um comparativo com o uso da faca - que “não foi desenvolvida para matar, mas pode ser usada por um ser humano mal-intencionado para matar”.

“Uma coisa é proibir que um sistema seja desenvolvido, por exemplo, para fingir disseminar conteúdo de exploração sexual de crianças. Outra coisa é se proibir que qualquer sistema que possa eventualmente ser utilizado para disseminar esse tipo de conteúdo seja proibido”, indagou Bialer.

De acordo com o Astronauta Marcos Pontes, a comissão deve aprovar um texto “menos restritivo ao desenvolvimento da indústria de IA". “É mais arriscado não usar a inteligência artificial do que usar”, disse Pontes.

O projeto tem como autor o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e é relatado pelo senador Eduardo Gomes (PL-TO). Pacheco garantiu que a proposta deve ser votada até o dia 17 de julho, antes do recesso parlamentar.

Atualmente, o texto está em análise na comissão especial criada exclusivamente para analisar o tema. O projeto precisa ser aprovado pela comissão antes de ser liberado para votação no plenário do Senado.

O texto tramita em conjunto com outras nove propostas que também estabelecem um arcabouço legal para a inteligência artificial no Brasil. *Com informações da Agência Senado

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