O ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro vai ser estimulado a lançar sua candidatura à Presidência da República. Um grupo de empresários de todo o país se articula para apoiá-lo nas redes sociais como alternativa de "terceira via" para as eleições de 2022.
O grupo é liderado pelo empresário Fabio Aguayo, presidente do Sindicato das Empresas de Gastronomia, Entretenimento e Similares de Curitiba (Sindiabrabar), amigo de Moro há alguns anos. Para impulsionar o lançamento da candidatura do ex-juiz, ele mantém diálogo constante com empresários de diferentes estados.
"Recebemos apoio de empresários de todos os 26 estados e o Distrito Federal", explica Aguayo. A ajuda vem de empreendedores dos mais diferentes setores, como de federações da indústria, do comércio e da agropecuária. "Mas também temos apoio de profissionais liberais, trabalhadores comuns", destaca.
Entre os trabalhadores destacados por Aguayo estão professores de universidades federais, militares e membros do Ministério Público. "Tem bastante gente, muitos professores de universidades federais. Na Bahia, por exemplo, fui procurado, o que é bastante expressivo em meio a toda essa polarização atual", comemora.
Qual é o objetivo do grupo de apoiadores
O principal objetivo do grupo de empresários ligado a Aguayo e dessa rede de apoiadores é estimular Moro a lançar sua candidatura. O ex-juiz conversou com partidos políticos sobre uma candidatura, mas, até hoje, ele não está convencido a participar da corrida eleitoral.
"Não tenha dúvidas [da intenção em estimular Moro a ser candidato]. Ninguém pode ser candidato de si mesmo. Agora, para aceitar o maior desafio da vida dele, tem que ter gente por trás para estimular e dar essa força de que ele não está sozinho, existe uma corrente no Brasil que segue sua linha de conduta, ética, pensamento, e é isso que temos que engrossar na sociedade civil", destaca Aguayo.
Uma vez com a campanha posta e estimulando Moro, o empresário paranaense espera voltar a conversar com o ex-juiz. "Temos grupos que se reuniram com ele no ano passado. Quando ele assumiu a nova missão [consultor da Alvarez & Marsal (A&M)], não tivemos mais contato", destaca.
Até 2022, com a estrutura oferecida pelos apoiadores, Aguayo acredita que Moro voltará a ser provocado até tomar alguma decisão. "Várias correntes partidárias, movimentos sociais e pessoas de figuras públicas relevantes no país já o procuraram. E acredito que todos continuarão a tentar convencê-lo", destaca.
Que apoio prático o grupo vai oferecer a Moro
A iniciativa do grupo de apoiadores de Moro tem como uma das metas espalhar outdoors em diferentes cidades brasileiras, sobretudo nas maiores do país, a exemplo de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador e Belo Horizonte. Mas essa é uma estratégia que ficará para quando o período eleitoral permitir.
O objetivo de Aguayo e demais apoiadores de Moro é evitar o que aconteceu ao próprio presidente Jair Bolsonaro, por exemplo. Após ele ter mostrado uma camiseta que ganhou de um apoiador com a mensagem "É melhor Jair se acostumando. Bolsonaro 2022", ele entrou na mira do Ministério Público Eleitoral (MPE) por propaganda eleitoral antecipada.
Por isso, Aguayo explica que as primeiras ações serão voltadas apenas nas redes sociais. "Temos todo o cuidado e cautela de não incorrer em crime eleitoral ou campanha extemporânea. Tanto que, por enquanto, vamos ficar nas redes sociais, não vamos colocar o outdoor. Até porque nas redes, que são livres para opinião e não estamos pedindo voto, está viralizando as peças que produzimos", afirma.
Uma das peças mostra Moro posicionado diante de duas portas, uma identificada com o nome de Bolsonaro, e a outra com o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em uma, consta a mensagem "O Brasil não precisa escolher sempre o pior. Ele merece uma opção segura". Em outra, a mensagem "O Brasil tem jeito e merece uma opção segura".
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