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Reunião do G20

Encontro de chanceleres do G20 termina com consenso sobre conflitos, mas sem definições concretas

Mauro Vieira
Países participantes expressaram preocupação com conflito em Gaza e necessidade de reforma da ONU. (Foto: reprodução/Canal Gov)

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O segundo e último dia da primeira reunião do G20 no Rio de Janeiro, nesta quinta (22), terminou com um consenso da maioria dos países participantes de preocupação com a escalada dos conflitos em andamento no mundo – principalmente entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza – mas sem definições concretas sobre medidas para interrompê-los.

Nestes dois dias de encontro, os 45 países participantes foram instados pelo Brasil, que preside temporariamente o grupo, para discutirem respostas e soluções para os cerca de 170 conflitos que acontecem atualmente, e na criação de uma nova governança global multipolar, com a Organização das Nações Unidas (ONU) no centro das definições que precisam ser acatadas pelos signatários.

Mauro Vieira destacou a importância do diálogo internacional em meio às crescentes crises globais e reiterou a visão de que “não interessa ao Brasil viver em um mundo fraturado”, reafirmando a posição do país expressa anteriormente na abertura do evento.

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Vieira destacou as preocupações expressas por vários ministros em relação ao conflito entre o grupo terrorista Hamas e Israel, temendo sua expansão pelo Oriente Médio, além de uma forte manifestação de preocupação com a crise humanitária em Gaza, incluindo pedidos pela libertação de reféns e críticas à operação militar israelense, juntamente com apelos por um cessar-fogo.

“Foi conferido especial destaque ao deslocamento forçado de 1,1 milhão palestinos para o sul da Faixa de Gaza. Nesse contexto, houve diversos pedidos pela liberação imediata do acesso para ajuda humanitária na Palestina, bem como apelos pela cessação das hostilidades. Muitos se posicionaram contrariamente à operação de Israel em Rafah, pedindo que o governo de Israel reconsidere e suspensa imediatamente essa decisão”, explicou Vieira no pronunciamento final.

Segundo o ministro, também se destacou nas discussões uma "virtual unanimidade" para o estabelecimento de dois Estados independentes na região "como sendo a única solução possível para o conflito entre Israel e Palestina".

Em relação à reforma das Nações Unidas, uma das prioridades da presidência rotativa brasileira do bloco, Vieira informou que foram apresentadas várias propostas pelos integrantes do G20. No entanto, ele ressaltou a necessidade de estudar e implementar essas propostas de forma eficaz.

O ministro brasileiro anunciou que outra reunião de chanceleres do G20 será realizada pela primeira vez durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York, sem setembro. Este encontro será marcado por um “chamado conjunto” para reformas nos mecanismos de governança global, com um convite estendido a todos os países membros da organização.

“A presença de todos aqui é uma prova não apenas da importância do Brasil, mas também do G20 como fórum de concertação”, ressaltou.

Apesar das tensões diplomáticas entre Brasil e Israel desencadeadas pela fala de Lula ao comparar a reação israelense contra o Hamas ao Holocausto nazista, o encontro de chanceleres transcorreu sem incidentes.

Além da reunião de cúpula do G20 programada para novembro, também no Rio de Janeiro, estão agendadas outras reuniões ministeriais do grupo. Na próxima semana, presidentes de Bancos Centrais e ministros da Economia e Finanças se reunirão em São Paulo para discutir questões econômicas e climáticas, em continuidade aos debates iniciados no encontro de chanceleres.

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