O Brasil está presidindo temporariamente, ao longo deste ano, o chamado “G20” que reúne as maiores economias do mundo e que tem como foco, durante este mandato, discutir o combate à fome e à pobreza, o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global.
Este último ponto, em especial, é o principal tema tocado pela chancelaria brasileira com os demais ministros de relações exteriores de outros países, e que está sendo discutido nesta semana na primeira reunião do grupo no Rio de Janeiro.
Logo no primeiro dia, o ministro brasileiro Mauro Vieira apresentou aos demais participantes a posição do Brasil – ou seja, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – sobre o tema, criticando a Organização das Nações Unidas (ONU) por não chegar a uma solução em relação aos principais conflitos em andamento no mundo e aos gastos militares que alcançaram a marca de US$ 2 trilhões.
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A crítica de Mauro Vieira à ONU ocorre no momento em que o Brasil vive uma crise diplomática com Israel após Lula ter comparado a reação de Israel aos ataques do Hamas com o Holocausto nazista. O presidente brasileiro foi considerado "persona non grata" pelo governo israelense e tem sido alvo de constantes cobranças do chanceler Israel Katz.
Mauro Vieira pediu aos seus homólogos participantes da reunião que encontrem respostas para a solução dos atuais conflitos no mundo – cerca de 170, segundo ele – e que avancem na discussão de se estabelecer uma nova governança global em que os países membros da ONU e do Conselho de Segurança sejam mais ativos, com as resoluções acatadas por todos os signatários.
“O Brasil incentiva de modo enfático que todos os membros do G20 mudem o foco do debate para a busca de respostas concretas centradas no que temos em comum e que adotem medidas para a construção de confiança. Falamos destes temas por experiência e vivência própria, não por idealismo”, disse Vieira no discurso inicial ressaltando que o Brasil “não aceita um mundo que resolve diferenças pela força”.
Mauro Vieira apontou, ainda, que o mundo precisa lidar com outras questões mais urgentes do que conflitos, como o desenvolvimento, fome, pobreza, desigualdade, mudanças climáticas e meio ambiente.
“Essas são as guerras que devemos travar em 2024. Em todos esses esforços, é de fundamental importância termos um sistema multilateral moderno, eficaz e eficiente, guiado por normas e princípios rigorosamente seguidos por todos os países com as Nações Unidas em seu centro”, apontou reforçando a necessidade de reformulação da governança global.
Ele ainda conclamou aos demais participantes que cheguem a uma resolução para angariar recursos para uma iniciativa global de combate à fome. Ao longo do ano serão realizadas dezenas de reuniões multilaterais até a cúpula de chefes de Estado do G20 marcada para novembro, no Rio de Janeiro.
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