Associações de imprensa se manifestaram contra a decisão da Justiça do Rio de Janeiro que proibiu a TV Globo de exibir em reportagens documentos relacionados à investigação de um suposto esquema de “rachadinhas” no gabinete de Flávio Bolsonaro, na época em que ele cumpriu mandato como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A decisão judicial ocorreu após um pedido da defesa do senador.
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) protestou contra a decisão da juíza Cristina Serra Feijó. Segundo a entidade, “qualquer tipo de censura é terminantemente vedada pela Constituição e, além de atentar contra a liberdade de imprensa, cerceia o direito da sociedade de ser livremente informada. Isso é ainda mais grave quando se tratam de informações de evidente interesse público”. A NJ encerra a nota dizendo esperar que a decisão inconstitucional da juíza seja logo revogada pelo próprio Poder Judiciário.
O presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Marcelo Träsel, também criticou a censura imposta pela Justiça do Rio. "Consideramos qualquer tipo de censura prévia inaceitável numa democracia, sobretudo quando o alvo da cobertura jornalística é uma pessoa pública cujo mandato foi outorgado pelo voto, o que lhe traz a obrigação de prestar contas à sociedade. Não tivemos acesso à sentença, mas uma medida como essa exigiria razões excepcionais para se justificar", afirmou.
"A decisão da 33ª Vara Cível do TJRJ dificulta a cobertura jornalística das graves denúncias contra o senador Flávio Bolsonaro, violando a liberdade de imprensa e o direito à informação. Quem perde são os eleitores do Rio de Janeiro e todos os cidadãos, que terão dificuldades para acompanhar o andamento das investigações contra o filho do presidente da República e avaliar se as autoridades estão cumprindo seus deveres", concluiu Träsel em comunicado.
Já a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) comparou a proibição aos atos praticados durante o regime militar. "Parece estar se tornando praxe no país a censura à imprensa, tal como existia no tempo da ditadura militar e do AI-5", diz a ABI. "É mais um atropelo à liberdade de expressão. É urgente que o STF restabeleça o império de lei."
A associação, cuja sede é no Rio, aproveitou para endossar a pergunta que viralizou nas redes sociais depois que Bolsonaro atacou um repórter que lhe perguntou sobre os cheques de Fabrício Queiroz, suposto operador do esquema de Flávio. A nota é assinada pelo presidente da ABI, Paulo Jeronimo.
"A propósito, sabe-se que os recursos da chamada 'rachadinha' alimentaram vultosos depósitos na conta da primeira-dama. Por isso, cabe mais uma vez a pergunta, ainda não respondida pelo presidente da República: Afinal, por que Fabrício Queiroz depositou R$ 89 mil na conta bancária de Michele Bolsonaro?"
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