Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para comandar os Correios, o general Floriano Peixoto afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que recebeu a missão de "fortalecer" a empresa, mas disse que a ideia de privatizá-la ainda está sendo estudada. Para ele, deixar o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República para assumir a estatal não representou um "rebaixamento".
Como o senhor recebeu a notícia de que deixaria de ser de ministro para assumir os Correios?
Minha saída foi absolutamente consensual, pacífica, atendendo a uma solicitação do presidente. Eu, como soldado que sou, atendi à determinação do presidente, que tem demonstrado uma enorme confiança em mim, que diz que sou seu curinga.
Mas o senhor se sentiu rebaixado?
Não considero rebaixamento. Os Correios são uma empresa tradicional, histórica, com um patrimônio humano enorme e que precisa de pessoas que somem para recuperar sua saúde financeira. Não vejo a mudança como rebaixamento e isso não passa pela cabeça de ninguém, nem na minha, nem do presidente.
O presidente lhe deu a missão de preparar a empresa para privatizá-la?
Não tenho uma diretriz específica em relação a isso. O que o presidente pede é que haja um contínuo esforço no sentido de fortalecer a empresa. Esta questão de privatização é algo de maior complexidade, que deverá ser estudada à frente, em melhores condições pelo presidente e até pelo Congresso. Eu não ouso dizer nada disso.
Seu antecessor caiu porque, segundo o presidente, atuava como sindicalista, contra a privatização.
O presidente não comentou isso e não me prendo a questões do passado. Estou trabalhando para o futuro.
A saída de outro general do Planalto significa redução do poder dos militares no governo?
Não tem isso. O cargo que ocupava não é de natureza militar e aqui não é quartel. O presidente coloca quem ele quiser onde ele acha que pode render mais, de acordo com o seu preparo.