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Entrevista

“Governo está sendo estratégico e agindo de forma correta”, diz infectologista

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante audiência na Câmara dos Deputados sobre o coronavírus.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante audiência na Câmara dos Deputados sobre o coronavírus. (Foto: Agência Câmara)

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Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o infectologista Jean Gorinchteyn, médico do Instituto de Infectologia de São Paulo, elogiou as medidas do governo contra o coronavírus. “Se a gente fechar os olhos ou deixar o vírus circular na comunidade, corremos o risco de sofrer o mesmo impacto no sistema de saúde pública da Itália e mesmo da China”, afirma.

O Ministério da Saúde acerta ao fazer recomendações tão duras?

O Brasil tem cumprido uma trajetória de antecipações em relação ao coronavírus. Nós também estamos nos utilizando dos exemplos dos outros países – principalmente na forma como temos lidado com a doença e nas estratégias para sua contenção.

Essas medidas podem ser eficazes neste momento?

O coronavírus teve uma explosão de mortalidade no fim de dezembro, mas ele já circulava desde outubro. Na ocasião, achavam que era algo relacionado ao clima frio na China e não existia muito perigo fora daquele contexto específico. Foi a mesma coisa que aconteceu na Lombardia, na Itália. Agora, com a possibilidade de transmissão comunitária, justifica-se a criação de medidas como as que foram recomendadas pelo governo.

Qual o risco de não seguirmos essas recomendações à risca?

Nas maioria dos casos, vamos encontrar versões absolutamente brandas do coronavírus. Mas a nossa preocupação precisa ser com os mais velhos e com quem tem problemas de saúde preexistente. Essas pessoas podem ser afetadas de forma grave e antecipar-se a isso é uma forma de lutar. Neste momento, não existe tratamento ou vacina. Portanto, essas medidas de prevenção são adotadas para que uma disseminação maior seja evitada entre a população.

Mas o impacto na vida das pessoas não será brutal?

Uma ação como essa vai afetar economicamente a vida das pessoas. Nós estamos cerceados no direito de ir e vir. Nós nunca vivenciamos isso na história, nunca vivenciamos esse cerceamento.

O senhor acredita que medidas mais duras podem estar por vir?

Eu acredito ainda que medidas de reforço aconteçam se mais de mil casos de coronavírus forem confirmados no país. Por enquanto o governo está sendo estratégico e agindo de forma correta.

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