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A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleisi Hoffmann (PR), e outras figuras da esquerda criticaram neste fim de semana o jornal Estado de S. Paulo, que desde a semana passada está publicando matérias que evidenciaram a facilidade com que Luciene Barbosa Farias, condenada por lavagem de dinheiro e ligação com o Comando Vermelho, conseguiu agendas com secretários dos ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos.
"É escandaloso o uso de uma concessão pública para difamar o governo. Outro dia alguém disse aqui nas redes, se uma reportagem está sendo usada pela extrema direita bolsonarista pra fazer fake news e propagar ódio então é a prova que esse jornalismo deu errado", afirmou. Ao falar em concessão pública, Gleisi fez referência à distribuição do conteúdo das reportagens pela rádio do Estadão.
Aliados do governo tem tentado abafar as denúncias trazidas pela reportagem alegando que se tratam de notícias falsas, embora o veículo tenha rebatido as acusações. Neste domingo, Gleisi citou que uma notícia da Revista Fórum comprovaria que o escândalo era "fabricado" para "fazer parecer que o ministro Flávio Dino [da Justiça] é simpático ao crime organizado".
"Matéria da Revista Fórum revela que repórteres envolvidos relataram assédio e humilhação por parte da editora de política do jornal em Brasília e disseram que o conteúdo mentiroso contra o ministro foi turbinado e divulgado também pela rádio do Estadão", escreveu a presidente do PT na rede social X (antigo Twitter). A matéria mencionada traz prints de uma denúncia que teria sido feita por funcionários do jornal, via site do Ministério Público do Trabalho, que se sentiram pressionados por uma editora do jornal. Contudo, até agora, não há comprovação de que a denúncia de fato foi concluída e de que ela teria sido encaminhada por colaboradores do Estadão.
A matéria da revista Fórum também foi repercutida por vários influenciadores e jornalistas de esquerda, inclusive com ataques à editora Andreza Matais, mencionada na suposta denúncia. Isso acabou gerando uma reação de parte da oposição ao governo, que saiu em defesa da jornalista. "Os ataques do Governo do PT e de seus aliados ao Estadão e aos seus jornalistas, especialmente a Andreza Matais, pelas matérias sobre a 'Dama do tráfico', apenas confirmam o viés autoritário do partido. Convive mal com o contraditório", tuitou o senador Sergio Moro (União-PR).