O problema segue ainda sem uma sinalização clara do presidente Lula e do seu partido, o PT.| Foto: Sedat Suna/EFE
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Enquanto aumentam as tensões por conta das ameaças de invasão feitas pelo ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, contra a Guiana, a esquerda brasileira se divide entre o silêncio e manifestações de apoio ao ditador venezuelano.

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O problema segue ainda sem uma sinalização clara do presidente Lula e do seu partido, o PT.

Na noite da quarta-feira (6), o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, disse que conversou Lula e o petista teria assegurado que o Brasil “apoia fortemente a Guiana” e “não veria nenhum comportamento imprudente da Venezuela”.

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Três dias antes da declaração do presidente Irfaan Ali, Lula pediu “bom senso” da Venezuela e da Guiana igualmente. No mesmo dia, a Venezuela realizou um referendo sobre a disputa territorial, vencendo a vontade de Maduro com 96% dos votos.

No fim da manhã desta quinta (7), durante abertura da cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro, Lula disse que o continente "não precisa de guerra".

Procurado pela Gazeta do Povo, o Partido dos Trabalhadores (PT) silenciou sobre a posição da sigla em relação ao conflito.

Procurados pelo jornal, o PDT e o PSB, partidos que integram a base do governo, também optaram pelo silêncio até o fechamento desta matéria.

Questionado pela Gazeta, o PSOL disse que “espera que o Brasil atue no esforço por uma solução diplomática para a questão do Essequibo”, território reivindicado por Maduro e que corresponde a 74% de toda a Guiana.

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Já o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o Partido da Causa Operária (PCO) se manifestaram abertamente sobre o tema em suas plataformas na internet.

“A imprensa capitalista tem acusado Maduro de realizar uma ‘manobra ufanista’ – isto é, de trazer à tona a questão do Essequibo apenas para esconder uma crise de popularidade. Trata-se, obviamente, de uma calúnia, que já é parte da campanha de guerra do imperialismo contra a Venezuela. Não há indícios de que Maduro vá ocupar militarmente Essequibo neste momento. Ao que parece, o referendo é parte de uma campanha política que o governo venezuelano está promovendo para ‘preparar o terreno’”, afirmou o PCO em artigo publicado em seu site.

O PCdoB disse ser contra a guerra, mas lembrou da fraude no laudo arbitral de 1899 que impediu a anexação do território da Guiana pela Venezuela e que hoje é reivindicado por Maduro.

“O central para mim é informar as pessoas que há uma origem nessa controvérsia, com o laudo arbitral de 1899, que posteriormente foi revelado como fraudulento e bem típico dos grandes impérios. Desde 1960 os venezuelanos argumentam isso na ONU e foi o que gerou o acordo de 1966 que a Guiana independente reconheceu e aderiu”, disse a secretária de Relações Internacionais do PCdoB, Ana Prestes, em artigo publicado no site do partido.

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