Três dias depois das manifestações a favor da educação, o PT realizou um evento público em São Paulo com o nome "festival Lula Livre" que não contou com a presença de partidos e não enfatizou bandeiras políticas da esquerda.
O evento marca a separação de ambas as pautas - uma contra a prisão do ex-presidente petista e outra contra medidas do governo Jair Bolsonaro, como o contingenciamento de gastos na educação e a reforma da Previdência. Os protestos contra o corte, realizados na quinta-feira (30) em várias cidades do país, não levantaram a bandeira do "Lula Livre".
A organização de atos paralelos é uma estratégia da oposição para manter agenda de protestos pró-Lula sem que essa pauta isole quem não simpatiza com o ex-presidente da agenda anti-Bolsonaro. "São pautas diferentes, mas complementares", disse Carina Vitral, presidente da UJS, braço jovem do PCdoB. Não houve discursos de políticos no palco.
O festival lotou a área em frente à Secretária da Educação do governo de São Paulo, na Praça da República, no Centro de São Paulo. A PM não tem divulgado estimativa de público em protestos, mas a organização calcula que 20 mil pessoas passaram pelo evento à tarde.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, negou que haja uma separação entre o "Lula Livre" e as demais pautas da esquerda, como a da defesa da educação. "Essa moçada está indo às ruas pelo legado que ele [Lula] deixou neste país", disse a petista, uma das únicas autoridades do partido a estar presente no festival.
Para Guilherme Boulos, que foi candidato do PSOL à Presidência da República ano passado, as manifestações dos dias 15 e 30 de maio – contra o contingenciamento de recursos de instituições de ensino anunciado pelo governo Bolsonaro – foram "com centro na luta pela educação". "Agora aqui é um evento pensado com o tema do Lula Livre".
Segundo Paulo Okamotto, presidente dos Instituto Lula, o evento deste domingo não conta com discursos por se tratar de um "ato lúdico". Ele disse ainda que os políticos com mandato ajudaram a fazer o contato com os artistas e a chamar público pelas redes sociais.
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