Senadores Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Eduardo Girão (Novo-CE) lamentaram a morte do empresário na Papuda| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
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A morte do empresário brasiliense Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, na manhã de segunda-feira (20), enquanto ainda estava detido em razão dos eventos de vandalismo em 8 de janeiro, gerou uma imediata reação dos senadores. Ao fim da sessão deliberativa do mesmo dia, os presentes prestaram um minuto de silêncio em homenagem ao detento, que estava há mais de dez meses no Complexo da Papuda, em Brasília.

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Cleriston, cujo estado de saúde era delicado, havia recebido parecer favorável do Ministério Público Federal (MPF) para a sua soltura no fim de agosto. A única pendência era a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para conceder a liberdade provisória.

Segundo informações obtidas pela Gazeta do Povo, ele sofreu um ataque cardíaco fulminante, tendo experimentado sintomas semelhantes durante a sua prisão em outra ocasião. O falecido deixou companheira e duas filhas.

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O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) expressou pesar pelas circunstâncias da morte do detento, enfatizando a privação de liberdade sem sentença para ele e outros na mesma situação. Ele questionou quem arcará com as consequências, considerando o parecer favorável do MPF.

Eduardo Girão (Novo-CE), responsável pela iniciativa da homenagem a Cleriston, destacou que o detento sequer participou dos ataques aos prédios públicos, só buscando abrigo quando as bombas de efeito moral foram lançadas. “Culpados devem ser punidos, mas com culpa identificada e individualizada. Mas todos são tratados como terroristas”, disse.

O senador lamentou a não atenção ao pedido de soltura do MPF, afirmando que autoridades importantes agora têm “as mãos sujas de sangue por uma irresponsabilidade”. Ele denunciou a primeira vítima fatal dos eventos de 8 de janeiro e criticou a demora na decisão sobre o pedido, acrescentando a falta de cumprimento da lei e o acesso limitado dos advogados aos autos durante o período de detenção do falecido.

Girão expressou a sua indignação com o fato de o pedido ter ficado parado por dois meses e meio na mesa de Alexandre de Moraes, considerando-o algo “estarrecedor”. “Como é que a pessoa bota a cabeça no travesseiro e dorme depois de uma situação dessa?”, protestou. O senador ressaltou que o episódio foi um “divisor de águas” no drama envolvendo abusos com os presos e medidas adicionais serão tomadas para abordar a questão.

Nas redes sociais, o senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) classificou a morte de Cleriston como a materialização do "absurdo da ausência do devido processo legal e da burocracia que vem cerceando os direitos dos presos pelos eventos de 8 de janeiro". Ele enfatizou a necessidade de investigação minuciosa para esclarecer o grave acontecimento.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]