O PL lançou nesta quarta-feira (7) a candidatura do senador eleito Rogério Marinho (RN) para a presidência do Senado em 2023. Até o momento, ele é visto como o principal nome de oposição ao atual presidente da Casa, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que vai disputar a reeleição.
A candidatura de Marinho, que foi ministro do Desenvolvimento Regional, vem sendo costurada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto. Segundo líderes do partido, a candidatura é vista como uma forma de manter a base de Bolsonaro com influência no Congresso Nacional, além de marcar posição contra o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O PL terá a maior bancada do Senado, com 14 senadores. Na sequência, o PSD, partido de Pacheco, terá 11 senadores. Na avaliação de aliados, Marinho tem perfil político para atrair apoio em outras legendas, como o PP, do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que vai retornar ao Senado a partir do próximo ano, e de bancadas como Podemos, Republicanos e União Brasil.
O nome de Marinho, no entanto, vinha enfrentando resistência entre integrantes da base raiz de Bolsonaro que, nos bastidores, afirmam que o ex-ministro não tem perfil para emplacar pautas como o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Outro nome de perfil mais ideológico, dizem aliados bolsonaristas, poderia dar mais visibilidade às pautas do futuro ex-presidente a partir do ano que vem.
O atual líder do governo do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), tentou viabilizar seu nome dentro do partido, mas não obteve apoio. Na avaliação de Portinho, o PL deveria priorizar senadores que já estão na Casa há mais tempo, como ele próprio. Rogério Marinho ainda tomará posse em fevereiro do ano que vem e já teria de chegar fazendo sua campanha. Além de Portinho, o senador Eduardo Gomes (PL-TO) também chegou a ser cotado.
Apesar das resistências, a chancela de Bolsonaro ao nome do ex-ministro prevaleceu entre os demais postulantes. O martelo foi batido em reunião dos membros da Executiva nesta quarta, em Brasília. A avaliação interna é de que o senador eleito chegará ao Senado com pelo menos 25 votos dos 41 necessários para vencer a disputa pelo comando da Casa. “Podemos ter que negociar alguma comissão, alguma coisa para ter mais votos”, disse Costa Neto na última semana.
Perfil de Marinho pode atrair votos de outras bancadas do Senado
Nos cálculos do Palácio do Planalto, o perfil pragmático de Rogério Marinho pode ser determinante para atrair votos em bancadas de fora da base de Bolsonaro. Ex-deputado, ele esteve à frente da articulação da reforma da Previdência quando era secretário especial do Ministério da Economia.
De acordo com líderes do PL, a habilidade política de Marinho foi determinante para construir maioria pela aprovação da reforma naquele momento. A articulação resultou na indicação para o cargo de ministro do desenvolvimento Regional, pasta onde seguiu com bom trânsito no Congresso. Nos últimos anos, o ministério de Marinho foi o que mais concentrou indicações dos parlamentares por meio das emendas de relator, mecanismo que ficou conhecido como "orçamento secreto".
Para conquistar os votos necessários para vencer a disputa pelo comando do Senado, o entorno de Marinho acredita que o ex-ministro pode se beneficiar por "traições" entre senadores dos partidos que vão apoiar oficialmente Pacheco. Apesar das indicações de apoio por parte das legendas, o voto dos senadores na eleição para a presidência da Casa é secreto. Com isso, o candidato do PL espera conquistar votos em legendas como MDB e União Brasil, por exemplo.
Pacheco tenta frear articulações de Marinho
Na contramão, Rodrigo Pacheco tem usado os últimos meses antes do recesso de final de ano para viabilizar sua reeleição para o comando do Senado. O atual presidente conta com o apoio do presidente eleito Lula e busca junto ao novo governo construir maioria pela sua reeleição. A eleição será em 1º de fevereiro, logo após a posse da nova legislatura.
Para frear a candidatura de Marinho, Pacheco tem contado com a articulação do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. O objetivo da estratégia é conseguir o apoio do PP, através de uma aliança envolvendo o apoio à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) para o comando da Câmara dos Deputados.
Aliados de Pacheco avaliam que a influência de Lira pode se sobressair à atuação de Ciro Nogueira entre os senadores. Até o momento, o atual ministro da Casa Civil tem se mantido afastado das negociações do partido.
Com o apoio do PP, que conta com seis senadores, e de partidos como MDB, PSDB, Cidadania e das legendas de esquerda, os integrantes do PSD acreditam que Pacheco pode chegar a ter 60 votos entre os senadores. Em 2021 o mineiro foi eleito com 57 votos.
"O senador Rodrigo (Pacheco) fez uma excelente gestão e tem totais condições de seguir à frente do Senado por mais dois anos", defendeu o senador Otto Alencar (PSD-BA).
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