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O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), se justificou nesta sexta-feira (25) sobre a reação que teve ao ser abordado por uma manifestante em Nova Iorque recentemente, afirmando que sua resposta “perdeu, mané” foi motivada por uma falta de paciência na ocasião por estar sendo perseguido por “uma horda de selvagens”. A afirmação foi feita durante uma palestra no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA), em Salvador (BA).
"Sim, eu falei perdeu mané, não amola. Mas gostaria de dizer que só perdi a paciência depois de três dias, em que uma horda de selvagens andava atrás de mim, me xingando de todos os nomes que alguém possa imaginar e exatamente no dia em que os mesmos selvagens tinham invadido o telefone celular da minha filha com ameaças e grosserias que essa gente considera normal. Portanto eu, humanamente, perdi a paciência”, afirmou Barroso.
"Mas eu, como todas as pessoas, tenho o maior respeito e consideração pelos 58 milhões de pessoas que votaram em um candidato. Porque, como eu disse antes, a democracia não é um modelo de alguns, é o governo de todos e, portanto, todos merecem respeito e consideração, mas os humanos têm o direito de perderem a paciência em alguns momentos da vida", disse.
Criticas aos manifestantes
Ainda durante a palestra em Salvador, Barroso criticou as manifestações em frente aos quartéis e rodovias. Segundo ele, a Corte não tem lado e pediu respeito ao resultado das eleições. "As pessoas perderam o limite da civilidade movidas pelo ódio. É isso que precisamos desfazer no Brasil. (Temos) o direito de discordar, mas sem o ódio, sem a ofensa, sem a agressão", afirmou. "Eles (os manifestantes) têm repetido que Supremo é o povo. E é isso mesmo. Soberania popular significa a supremacia da vontade do povo, que se manifesta nas eleições. (...) O resultado precisa ser respeitado. Não adianta apelar para os quartéis, apelar para extraterrestres. Isso é antidemocrático", disse o ministro.
Pedido de impeachment
Nesta semana um grupo de seis senadores apresentou pedido de impeachment do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os senadores consideraram que houve atuação político-partidária por parte de Barroso no caso da deliberação sobre o voto impresso na Câmara dos Deputados, em 2021. De acordo com Eduardo Girão (Podemos-CE), o ministro teria se reunido com lideranças partidárias.
Barroso é escoltado em restaurante de SC
No início do mês, Barroso foi alvo de manifestantes enquanto jantava com amigos em um restaurante de Porto Belo, em Santa Catarina. As manifestações prosseguiram e posteriormente se concentraram também em frente ao local onde Barroso estava hospedado. Por fim, o ministro também acabou deixando o local. Equipes de segurança precisaram ser acionadas para escoltar o ministro para fora e acalmar os manifestantes.