O vice-presidente Geraldo Alckmin confirmou, no começo da tarde desta segunda (27), que os Estados Unidos aderiram ao Fundo Amazônia proposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Joe Biden no começo do mês. A confirmação foi dada logo após uma reunião com o enviado especial do governo americano ao Brasil, John Kerry.
Alckmin disse que não há uma definição de quanto os Estados Unidos vão doar para o fundo, mas que Kerry “vai se empenhar junto ao governo, ao Congresso norte-americano e à iniciativa privada para termos recursos vultosos não só no Fundo da Amazônia, como também outras cooperações”.
Segundo o vice-presidente, Kerry não pediu nenhuma contrapartida específica ao governo brasileiro. “O compromisso do Brasil já ficou claro na presença do presidente Lula no encontro com Biden, de ser o grande protagonista no combate às mudanças climáticas. É uma questão grave e esse é o momento, não podemos deixar passar este momento pra segurar o aumento da questão do clima”, disse.
Ele ainda ressaltou que o fundo "já foi ativado", com todos os recursos geridos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), auditados, e que o próprio governo precisa inscrever projetos para ter acesso a verbas.
Segundo Geraldo Alckmin, serão desenvolvidos projetos humanitários de atendimento às comunidades indígenas, yanomamis, desnutrição, combate ao desmatamento e às organizações criminosas, e políticas públicas de renda para os habitantes da região amazônica – “que tem 28 milhões de pessoas”, completou.
Alckmin lembrou, ainda, dos desastres naturais vividos recentemente nos Estados Unidos, como os tornados da última madrugada, e no Brasil, como as chuvas no litoral de São Paulo que vitimaram 65 pessoas e a estiagem no Sul do país, causados pelas mudanças climáticas.
A reunião de Alckmin com John Kerry teve a participação, ainda, da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas; de Aloizio Mercadante, presidente do BNDES; de Maria Laura da Rocha, ministra substituta das Relações Exteriores; e da embaixadora americana no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley.
Desmatamento recorde em fevereiro
A visita de John Kerry ao Brasil ocorre três dias depois do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontar que o desmatamento da Amazônia bateu recorde em fevereiro, considerando as medições que vêm sendo feitas desde o início da série história, em 2016. Nos primeiros 17 dias, foram derrubados 208,7 km² de florestas.
Geraldo Alckmin disse que “é preciso avaliar melhor esses números”, já que “houve uma grande queda” em janeiro.
Segundo o Inpe, mais da metade da área devastada está localizada em Mato Grosso (129 km²). Também foram registrados desmatamentos no Pará (34 km²), Amazonas (23 km²), Rondônia (13,16 km²), Roraima (4,95 km²) e Maranhão (3,58 km²).
Biden pode vir ao Brasil
As reuniões desta segunda (27), que incluem um jantar de Kerry com Marina Silva na embaixada americana à noite, são também os primeiros movimentos para uma possível vinda de Joe Biden ao Brasil, de acordo com Bagley. “Vai traçar o caminho para uma futura visita do presidente Biden ao Brasil, um convite que ele aceitou do presidente Lula”, disse.
John Kerry fica no Brasil até terça (28), e depois viaja ao Panamá, entre os dias 1º e 3 de março, e à cidade norte-americana de Houston, entre 6 e 7.
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