Ao menos cinco deputados federais e um senador brasileiro desembarcaram nos Estados Unidos (EUA) nesta semana com intuito de acompanhar o processo eleitoral norte-americano. A expectativa dos parlamentares de direita é de tentar uma aproximação com o candidato republicano Donald Trump, que aparece tecnicamente empatado com a democrata Kamala Harrys.
A comitiva do Brasil inclui os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Rodrigo Valadares (União-SE); Paulo Bilynskyj (PL-SP); Filipe Barros (PL-PR) e Bia Kicis (PL-DF), além do senador Magno Malta (PL-ES).
"Hoje é o dia mais importante para a democracia. A vitória de Donald Trump retomará a prática de valores que construíram o Ocidente e afetará diversos países, entre eles o Brasil", afirmou Paulo Bilynskyj.
Parte dos norte-americos está indo às urnas nesta terça-feira (5) e outros já votaram. As últimas urnas serão fechadas às 2h de quarta-feira (6), pelo horário de Brasília. No entanto, resultados começam a ser divulgados a partir de 20h desta terça-feira em alguns estados, como Indiana e Kentucky.
Os parlamentares brasileiros pretendem acompanhar apuração dos votos no evento organizado pelo Partido Republicano, chamado de "festa de observação da transmissão ao vivo da noite eleitoral" (Election Night Livestream Watch Party). O evento acontece na cidade de Fort Lauderdale, na Flórida.
"A gente veio no grupo de parlamentares para participar do processo de apuração. Várias pessoas ligadas ao Partido Republicano estarão lá [nesse evento]", explicou a deputada Bia Kicis.
Parlamentares acreditam que vitória do republicano pode ter influência no Brasil
Apesar da participação no evento de apuração, a comitiva de parlamentares do Brasil não fechou agendas e encontros com lideranças de direita norte-americana. Segundo Bia Kicis, o grupo, no entanto, foi convidado para participar do podcast PBD, um dos maiores programas sobre política, negócios e atualidades dos EUA.
Na avaliação dos parlamentares, uma eventual vitória de Donald Trump pode dar uma guinada na direita mundial, inclusive no Brasil. "Se a Kamala [Harrys] vier a ganhar, vai ser uma tragédia para as democracias, para o mundo ocidental e para aquelas pessoas que lutam pela liberdade. Então para que a gente tenha uma chance, a gente precisa que o Trump, que hoje é o maior bastião da liberdade do Ocidente, seja eleito", disse Bia Kicis.
"Eu diria que até [que a vitória do Trump] é uma questão de sobrevivência da democracia. Então assim, a sobrevivência da democracia e daí sim, claro que isso afeta nossas eleições daqui a dois anos, não só do Brasil, mas do resto do mundo ocidental, depende da vitória do Trump", opinou a deputada.
Na mesma linha, o deputado Bilynskyj avalia que o pleito norte-americano pode refletir no Brasil em 2026. "O mundo continua sua guinada para a direita e tenho certeza de que em 2026 estaremos de volta com Bolsonaro", disse. O ex-presidente foi declarado inelegível pela Justiça Eleitoral do Brasil até 2030, mas existe a expectativa por parte da direita que a situação seja revista ou alterada por meio do Legislativo.
Matéria da Gazeta do Povo mostrou que a torcida da direita brasileira por Trump está relacionada com a afinidade pessoal entre ele e a família Bolsonaro, mas vai além, com a convergência de pautas conservadoras e repulsa comum ao chamado globalismo. A esperança da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com uma volta da direita ao poder nos Estados Unidos se alimenta ainda da expectativa de valioso apoio externo para as suas causas, especialmente o combate ao ativismo judicial.
Eduardo Bolsonaro vai acompanhar apuração ao lado de Trump nos EUA
Com uma relação mais próxima do candidato republicano, o deputado Eduardo Bolsonaro foi o único integrante da comitiva de parlamentares do Brasil convidado para acompanhar a apuração em Mar-a-Lago. O resort de luxo de Donald Trump foi fechado para receber apenas os convidados do candidato.
Neste ano, por exemplo, o deputado chegou a ter uma reunião com Trump, onde discutiram ações para pressionar o governo brasileiro, em uma eventual vitória do republicano. Além disso, Eduardo Bolsonaro intermediou um telefonema entre Trump e o presidente da Argentina, Javier Milei, no ano passado.
Com o passaporte apreendido, o ex-presidente Jair Bolsonaro não pôde embarcar para acompanhar o pleito nos EUA. No domingo (3), ele gravou um vídeo de apoio ao candidato republicanos e disse que Trump é “a certeza de um mundo melhor”.
“Em nome dos brasileiros que amam Deus, amam o Estado de Israel, respeitam a família, a propriedade privada, o livre-comércio e a liberdade de expressão, os nossos votos de sucesso. Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, inelegível sem ter cometido um crime sequer. Estamos juntos”, afirmou o ex-presidente no vídeo.
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