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Deputado nega acusações

Ex-assessor de Janones quer acareação para confrontar deputado sobre “rachadinha”

André Janones - Presidência da República - pré-candidatura - pré-candidato
O deputado federal André Janones (Avante-MG) (Foto: Câmara dos Deputados)

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Fabrício Ferreira, ex-assessor do deputado André Janones (Avante-MG) e um dos autores das denúncias de “rachadinha” contra o parlamentar, disse ter peticionado junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à Polícia Federal (PF) um pedido de acareação para confrontar a versão do deputado sobre as denúncias.

“A coisa que eu mais desejo é estar cara a cara com ele e trazer à tona tudo o que ele fazia no mandato, principalmente, o esquema de rachadinha que era sim de conhecimento dele, que era sim operado no período que ele era deputado [...] Estou disposto a falar com qualquer instituição que tem autoridade”, disse o ex-assessor em entrevista concedida ao jornal Metrópoles, nesta quinta-feira (30).

“Provarei para todo o Brasil e para toda a população que ele cometia o ato de peculato no mandato dele, que ele acuava os assessores para que fizessem esses repasses e cometia assédio moral”, completou.

Este semana, após o vazamento de áudios em que aparece pedindo a devolução de parte dos salários de assessores para cobrir gastos de campanha, Janones confirmou a veracidade dos áudios, mas disse que o conteúdo está “fora de contexto” e que, por orientação da sua advogada, a prática não chegou a ser implementada em seu gabinete.

O parlamentar, que também é advogado, disse que não vê crime no que falou, apesar de garantir que não lembra da conversa com os assessores.

Janones também disse que o áudio teria sido gravado quando ele ainda não era deputado e que, portanto, teria feito o pedido a pessoas que ainda não tinham sido oficialmente nomeadas em seu gabinete.

“Não é verdade. Janones já era deputado, e nossas nomeações já haviam sido publicadas no Diário Oficial. Tanto que, naquele dia, no começo de fevereiro (de 2018), eu já tinha acessado a Câmara usando o meu crachá de servidor”, disse Ferreira ao rebater a versão do deputado.

Denúncias

Janones tem sido alvo de uma série de denúncias de ex-assessores divulgadas pelo Metrópoles.

De acordo com Janones, não se trata da prática conhecida como “rachadinha”, mas de uma contribuição dos assessores para que ele conseguisse recuperar parte do seu patrimônio usado para custear a sua campanha à prefeitura de Ituiutaba (MG), em 2016.

Os dois áudios revelam partes de uma mesma conversa de Janones com assessores dentro da Câmara dos Deputados, na sala de reuniões do Avante, partido do deputado.

De acordo com o Metrópoles, Janones não sabia que estava sendo gravado.

Para Janones, as acusações são “fake news”. O deputado também culpou a “extrema-direita” pela disseminação da reportagem do Metrópoles, jornal com viés de esquerda.

O parlamentar chegou à Câmara em 2018 depois de receber mais de 178 mil votos dos mineiros. Em 2022, Janones foi reeleito com quase 239 mil votos.

Oposição pediu a cassação de Janones

O pedido entregue à Mesa será encaminhado à Presidência da Casa e, em seguida, ao Conselho de Ética, que poderá acolher a representação e transformá-la em processo.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a prática conhecida como “rachadinha” configura crime de peculato (uso de dinheiro público para fins pessoais).

Comissão da Câmara quer ouvir ex-assessores

Na quarta-feira (29), a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara aprovou um requerimento do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para que o colegiado ouça ex-assessores de Janones sobre as denúncias.

Os deputados querem ouvir Cefas Luiz Paulino, que esteve lotado no gabinete de Janones até setembro de 2022 e é autor de parte das denúncias contra o parlamentar; e a ex-assessora e atual prefeita de Ituiutaba (MG), Leandra Guedes.

Leandra é apontada nas denúncias como operadora do esquema da “rachadinha” durante o tempo em que trabalhou para Janones. O deputado e a ex-assessora foram namorados.

Em entrevista à CNN Brasil, Cefas Luiz disse que a prática de “rachadinha” era comum no gabinete do parlamentar e que Leandra Guedes “era responsável por pegar o dinheiro de rachadinha dos funcionários”.

Ainda segundo o ex-assessor, “nada era pago em banco. Era em dinheiro vivo”.

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