Fachada da sede da Polícia Federal, em Brasília.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
Ouça este conteúdo

O assessor parlamentar do senador Humberto Costa (PT-PE) teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados por suspeita de ter desviado verba do programa Leite de Todos. O assessor Ademilton de Góes Bezerra Filho é acusado de integrar uma quadrilha que teria desviado R$ 100 milhões do programa que fornecia leite para merendas de escolas públicas no Pernambuco, segundo o jornal Estado de S.Paulo.

CARREGANDO :)

A assessoria de imprensa do senador Humberto Costa disse à reportagem que a investigação de Bezerra Filho não está relacionada ao seu mandato, sendo restrita a Pernambuco. A defesa acusado não foi encontrada para comentar o caso.

A determinação da Justiça Federal aconteceu nesta sexta-feira (4), depois de uma ordem do juiz Tiago Antunes de Aguiar, da 24ª Vara Federal de Pernambuco. A decisão do magistrado também determina que os e-mails e conversas de aplicativo de celular de Ademilton sejam investigados.

Publicidade

O acusado trabalhou como assessor do petista em três diferentes momentos. O último acorreu ainda neste ano, quando o contrato entre as parte se encerrou em abril. O senador, porém, não é investigado e nem citado nas investigações. Humberto chegou a confirmar o vínculo empregatício de Ademilton e dizer que apoia "a rigorosa apuração dos fatos", mas nega que tenha qualquer conhecimento sobre os atos ilícitos do antigo funcionário.

De acordo com as investigações da Operação Desnatura, como foi nomeada, que investiga os desvios do programa, há ainda evidências de que o leite fornecido para crianças e adolescentes era adulterado.

A operação afirmou que, enquanto Ademilton era chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, ele integrava uma organização criminosa e teria recebido valores ilícitos "mediante o uso de uma cooperativa de fachada para firmar contratações através de processos de inexigibilidades de licitações".

A PF ainda afirma que em conversas encontradas no aparelho telefônico de Geraldo Lobo, diretor financeiro da empresa Natural da Vaca Alimentos Ltda, também investigada na operação, há "fortes indícios de que Ademilton favorecia as entidades contratadas e sob comando da organização criminosa".