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O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, autorizou o policial federal e ex-carcereiro de Lula (PT), Paulo Rocha Gonçalves, a se afastar das suas funções na Polícia Federal (PF) para assumir um cargo na Presidência da República junto à equipe de segurança pessoal do presidente.
Paulão, como é conhecido, ficou próximo de Lula quando o petista esteve preso na sede da PF em Curitiba (PR) e chegou a atuar na segurança do amigo durante a campanha eleitoral do ano passado.
A autorização foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) da última quinta-feira (21).
Paulão atuava como subchefe do núcleo de operações da carceragem da PF e era o responsável pela abertura da cela de Lula às 8h, e pelo fechamento às 17h. Também era de sua responsabilidade servir as refeições, acompanhar Lula no banho de sol e conduzir as visitas recebidas pelo petista.
Enquanto esteve preso, Lula perdeu um neto de 7 anos e o irmão, Genival. Na época, Lula teve negado pelo ministro Dias Toffoli, do STF, um pedido para ir ao velório do irmão.
Posteriormente, Toffoli pediu perdão ao petista, para quem trabalhou no início da carreira de advogado e de quem recebeu a indicação para o Supremo.
De acordo com Paulão, durante as perdas, coube a ele tentar confortar o novo amigo.
“Foi no meu ombro que ele chorou depois de saber da morte do neto [...] Com a morte do irmão mais velho, o Lula ficou muito triste, mas o irmão tinha alguma idade, problemas de saúde, já a morte do neto ele sentiu como antinatural, como inesperada, foi o pior momento, sem dúvida, daqueles 580 dias”, disse Paulão à imprensa depois da eleição do ano passado.