Ex-vice-presidente do Corinthians, o empresário Osmar Stábile assumiu nesta terça (2) ser o autor do vídeo do golpe de 1964 divulgado pelo Palácio do Planalto. A produção comemora a data de aniversário do golpe, chamado de 'revolução' pela ala militar do governo.
O vídeo foi repassado por meio de canal oficial da Presidência no domingo (31), aniversário de 55 anos do golpe que levou o Brasil a 21 anos de ditadura militar.
Dizendo ser eleitor de Bolsonaro, Stábile afirmou por meio da nota que criou a publicidade porque é "patriota e entusiasta do contragolpe preventivo". Ele não explica porque o vídeo foi distribuído pelo Planalto sem que fosse revelada a sua autoria, apenas informa que bancou os custos do material. "Fi-lo (o vídeo) de moto próprio e às minhas expensas."
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Presidente da Bendsteel, indústria de estampados de metal, ele diz que seu vídeo se restringia a "a falar de um momento pré-regime militar".
"Não tenho e nem tive a intenção de mexer com os brios, dores e sentimentos daqueles que se dizem perseguidos pelas Forças do Estado naquele importante período da nossa história", afirmou Stábile em seu texto.
"Mas acredito plenamente nos esforços de nossas Forças Armadas que evitaram males políticos maiores para a nação. E esse lado da história precisa ser conhecido pelas novas gerações."
O empresário ainda diz que não pretende fazer revisionismo histórico, apenas teve "a intenção de mostrar a outra face da moeda".
"O povo brasileiro pode e deve conhecer outros argumentos, que não aqueles repetidos compulsoriamente, sem respeito aos fatos como eles, de fato, ocorreram.
Vídeo não leva a marca do governo Bolsonaro
Sem logomarca do Planalto ou de outro órgão do governo, o vídeo foi divulgado por meio de uma lista de transmissão destinada a jornalistas. Nele, um ator afirma que o Exército salvou os brasileiros em 1964 e que "não dá para mudar a história".
O número que enviou o vídeo não é o utilizado pela assessoria de imprensa do Planalto para divulgação de agenda do presidente, mas sim um para envio de comunicados para o público externo -e pode ser encontrado no site do Planalto.
Procurada no dia da divulgação, a assessoria de imprensa do Planalto confirmou o envio do vídeo e não fez mais comentários.