Ouça este conteúdo
A médica Natália Schincariol, que registrou um boletim de ocorrência contra Luís Cláudio Lula da Silva, um dos filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que o chefe do Executivo federal “não tem nada a ver” com as acusações que ela fez contra o ex-companheiro. A médica alega ter sido vítima de violência verbal, psicológica e moral por parte de Luís Cláudio, negando qualquer envolvimento do pai dele nas acusações.
"[Luís Cláudio] tentou usar o pai para me silenciar e agora tenta usar o pai para ser protegido, pedindo ajuda dos petistas para acobertar o que ele fez. Eu não namorei o Lula. Eu namorei ele [Luís Cláudio]. O Lula não me fez nada de ruim. Não adianta querer usar o pai para limpar a barra dele. Ninguém apoia violência psicológica e moral: nem direita nem esquerda. Acho que seria mais nobre ele só pedir desculpas e parar", disse Natália em entrevista ao jornal O Globo publicada na quarta (3).
A médica de 28 anos relatou à polícia ter sido agredida fisicamente, além de sofrer violência verbal, psicológica e moral, atribuídas a Luís Cláudio. Ela afirma que os episódios de violência se intensificaram ao longo do tempo e incluem ameaças, ofensas constantes e manipulação para não denunciar as agressões, sob a alegação de que o agressor é filho do presidente e possui influência para “se safar das acusações”.
Natália disse que tem recebido mensagens de apoio nas redes sociais e defendendo a decisão de denunciar as agressões à polícia. A 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São Paulo instaurou um inquérito policial para apurar as acusações. Tanto Natália quanto Luís Cláudio devem ser chamados a prestar depoimento nos próximos dias.
“Parem de responsabilizar os familiares por maldades de um homem adulto de 40 anos. São pessoas totalmente diferentes”, pontuou.
Por sua vez, a defesa de Luís Cláudio afirma que as declarações de Natália são “inverídicas” e passíveis de serem enquadradas como calúnia, injúria e difamação, além de responder por danos morais.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou medidas protetivas a favor de Natália, exigindo que Luís Cláudio mantenha distância dela e que deixe o apartamento em que viviam juntos.
A juíza responsável pela decisão considerou o relato da médica como “coerente e verossímil”, concedendo as medidas protetivas diante da possível situação de vulnerabilidade da mulher.