Em artigo publicado neste domingo (2) pelo site argentino Infobae, o advogado Carlos Sánchez Berzain, ex-ministro da Presidência, do Governo e da Defesa da Bolívia e diretor do Instituto Interamericano para a Democracia, afirmou que as ditaduras latino-americanas e o Brasil são subservientes aos interesses da Rússia, China e Irã.
No texto, Berzain chamou a Bolívia, governada pelo esquerdista Luis Arce, de ditadura, acrescentando-a ao grupo de Cuba, Venezuela e Nicarágua, e apontou que os quatro governos “apoiam diretamente a invasão da Ucrânia pela Rússia e a eles se somam governos que em países democráticos estão subordinados a ditaduras, os governos para-ditatoriais de López Obrador no México, Fernández/Kirchner na Argentina e o de Lula da Silva no Brasil, que assumiu ativamente o comando em política internacional do grupo ditatorial latino-americano”.
O ex-ministro boliviano argumentou que, quando esteve na China, Lula “propôs a aliança de ditaduras de todo o mundo contra a democracia que, seguindo a narrativa, ele chama de imperialismo”.
Depois, “se recusou a se encontrar com o presidente da Ucrânia na Cúpula do G7 [em maio, no Japão], produziu o fracassado encontro dos presidentes sul-americanos [em Brasília, no final de maio] no qual tentou reabilitar o ditador da Venezuela, sabotou resoluções contra a Nicarágua e outras ditaduras na 53ª Assembleia Geral da OEA [Organização dos Estados Americanos] e agora patrocina o encontro do Foro de São Paulo no Brasil”, escreveu Berzain.
Por fim, o ex-ministro boliviano afirmou que Lula promoveu uma Cúpula da União Europeia com a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que será realizada em Bruxelas este mês, e argumentou que o grupo de países latino-americanos, ao qual o Brasil voltou este ano, “é um dos mecanismos criados por Hugo Chávez em 2010 para tentar legitimar as ditaduras”.
“O presidente da Ucrânia [Volodymyr Zelensky] denunciou ter sido convidado para essa cúpula, marcada para 17 de julho, na qual é esperado o ditador da Venezuela, mas que ‘líderes latino-americanos bloquearam esse convite’, indicando Brasil, Cuba, Venezuela, Bolívia e Nicarágua”, apontou Berzain.
O comentário de Zelensky foi feito neste sábado (1º), durante visita do presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, à Ucrânia. O país ibérico acaba de assumir a presidência do Conselho da União Europeia. Na sua declaração, Zelensky não nomeou os países que teriam bloqueado o convite à Ucrânia.
Depois, a presidência ucraniana informou que Sánchez não fez um convite formal a Zelensky para participar da cúpula, que ainda teria que ser enviado pela presidência do Conselho Europeu.
Lula foi muito criticado em abril ao comentar o conflito na Ucrânia, iniciado com a invasão russa em fevereiro do ano passado, e dizer que “a decisão da guerra foi tomada por dois países”.
Diante da repercussão negativa, condenou “a violação da integridade territorial da Ucrânia” e disse que o Brasil busca se manter “neutro” para negociar a paz entre os dois países. Também após muitas críticas, o governo brasileiro recuou nas tentativas de suavizar uma resolução da OEA contra a ditadura da Nicarágua em junho.
Conanda aprova aborto em meninas sem autorização dos pais e exclui orientação sobre adoção
Piorou geral: mercado eleva projeções para juros, dólar e inflação em 2025
Brasil dificulta atuação de multinacionais com a segunda pior burocracia do mundo
Dino suspende pagamento de R$ 4,2 bi em emendas e manda PF investigar liberação de recursos
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF