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Recém-filiado ao MDB e ex-ministro de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outros governos, o secretário de Relações Institucionais da cidade de São Paulo, Aldo Rebelo, avalia que o presidente da República perdeu a capacidade de governar o país. “Lula tem enfrentado dificuldade em compor uma maioria no Congresso que dê governabilidade. E, na área econômica, a dificuldade é maior ainda, porque o país não consegue encontrar o caminho da retomada do desenvolvimento e do crescimento”, disse ele ao InfoMoney. em entrevista publicada neste sábado (6).
Ao portal noticioso voltado para o mercado financeiro, Aldo Rebelo também criticou o Poder Judiciário por usar contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “as mesmas armas, os mesmos argumentos e os mesmos pretextos” supostamente usados no passado para tirar Lula do jogo político. “Não se pode haver pré-julgamento nem o uso de processos jurídicos com finalidade política. Caso contrário, há o risco, como no caso do presidente Lula, de nulidade futura desses processos exatamente pelo interesse político que estava presente”, explicou.
Segundo o ex-presidente da Câmara, os atos de vandalismo do 8 de Janeiro não foram uma tentativa frustrada de golpe de Estado, mas apenas “uma arruaça”, “algo fora de controle, com atos de violência contra o patrimônio público”. Ele não vê elementos que sustentem a classificação dos manifestantes como terroristas ou golpistas. “Aquilo não preenche nenhum dos requisitos do que é o manual do golpe”, sublinhou na entrevista.
Após militar 40 anos no PCdoB (de 1977 a 2017), Rebelo passou pelo PSB (2017-2018), Solidariedade (2018-2019) e PDT (2022-2024). Em fevereiro deste ano, licenciou-se da legenda para integrar o governo do prefeito Ricardo Nunes (MDB), ocupando a vaga de Marta Suplicy, que voltou ao PT. Na sexta-feira (5), último dia da “janela partidária”, o ex-ministro de Lula e figura histórica da esquerda brasileira migrou para o MDB. Especula-se de que ele pode ser indicado vice na chapa para a reeleição do prefeito.
Ele ainda condenou a atuação de ONGs que atuam na Amazônia, criticou o STF pela decisão de derrubar o marco temporal para a demarcação de terras indígenas e reafirmou bandeiras nacionalistas. Rebelo ocupou quatro ministérios nos governos de Lula e Dilma Rousseff (PT): Relações Institucionais (2004-2005), Esporte (2011-2015), Ciência e Tecnologia (2015) e Defesa (2015-2016). Deputado por seis mandatos seguidos, de 1991 a 2015, ele também foi presidente da Câmara, de 2005 a 2007, com o apoio dos governos petistas.