O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski poderá ser convocado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para depor na qualidade de testemunha. O requerimento de convocação, apresentado pelo deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), deve ser votado na próxima reunião da CPI, que está marcada para 23 de maio.
Em sua justificativa, o autor do requerimento apontou a necessidade de buscar esclarecimentos sobre declarações do ex-ministro. Em fevereiro, ao participar de evento promovido pelo MST, na Escola Nacional Florestan Fernandes, Ricardo Lewandowski, na época ainda ministro do STF, disse que “visitando a Escola do MST, percebi do que é capaz o povo organizado. A Escola é um exemplo disso”.
Para o deputado Alfredo Gaspar, essa declaração teria contrariado a Constituição Federal. “Foi, para dizer o mínimo, contraditório dizer zelar pela garantia constitucional do direito à propriedade e se irmanar em evento de organização, cujos coordenadores têm por objetivo a invasão de propriedade privada”, apontou o parlamentar em seu requerimento de convocação do ex-ministro.
CPI do MST tem mais de 20 requerimentos de convocação ou de convite
Instalada na última quarta-feira (17), a CPI do MST já conta com mais de 20 requerimentos para convocação ou convite de testemunhas ou investigados.
Dentre os possíveis convocados estão os líderes do MST e da Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL), João Pedro Stédile e José Rainha Júnior, respectivamente. Também podem ser convocados os dois ex-ministros do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann e Miguel Soldatelli Rossetto, e o atual ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, que deve esclarecer a sua atuação e denúncias contra o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.
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