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A ex-mulher do homem que atirou explosivos contra a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília, no mês passado, morreu na madrugada desta terça (3) por complicações de queimaduras graves. Daiane Dias estava internada na UTI de um hospital de Lages (SC) há 16 dias, após ter ateado fogo à própria casa na cidade de Rio do Sul (SC), onde vivia.
Ela foi companheira de Francisco Wanderley Luiz, que provocou o atentado também nas proximidades da Câmara dos Deputados e na residência que alugou em Ceilândia, região administrativa da capital federal.
“A direção do Hospital Geral Tereza Ramos, de Lages, informa que a paciente faleceu na madrugada desta terça-feira, 3 de novembro, devido a complicações no seu quadro de saúde. Prontamente, o óbito foi comunicado à família e acionada a Polícia Científica de Santa Catarina”, disse o hospital em que ela foi internada.
A morte de Daiane também foi confirmada pela Secretaria de Saúde de Santa Catarina. Ela foi ouvida pela Polícia Federal no dia seguinte ao atentado, durante as investigações. No entanto, no dia 17, ateou fogo à própria casa.
De acordo com a Polícia Civil, na manhã do incêndio, Daiane comprou um produto inflamável em uma loja da cidade e, em seguida, voltou para a residência onde ateou fogo no imóvel e permaneceu dentro. A perícia encontrou uma jaqueta com vestígios de material inflamável, além de outros itens que estão sendo analisados.
“Obtivemos mais evidências, inclusive vídeos, de que ela agiu sozinha ao provocar o incêndio e ficar no local com intenção de tirar a própria vida”, explicou o delegado Juliano Bridi.
Os atentados foram cometidos por Francisco Wanderley Luiz no dia 13 de novembro, quando ele explodiu atirou artefatos explosivos contra o STF e em um carro no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados. A Polícia Civil confirmou que ele era proprietário do veículo e morreu no ato.
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Uma das linhas de investigação aponta que ele agiu sozinho no ato, mas a Polícia Federal vê também uma possível ligação por influência com a suposta tentativa de golpe de Estado que levou ao indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 36 pessoas entre ex-ministros, militares e aliados.
“A organização criminosa investigada tinha o objetivo de incitar parcela da população ligada à direita do espectro político a resistirem à frente das instalações militares para criar o ambienta propicio ao golpe de Estado. Para isso, utilizaram o modus operandi da milícia digital, para disseminar, por multicanais, fake News sobre possíveis fraudes nas eleições de 2022 e ataques sistemáticos a ministros do STF e do TSE”, disse a PF nas alegações ao STF para a operação para efetuar a prisão de quatro militares e um agente dias depois das explosões.
A autoridade indicou, ainda, que esse modo de atuação “foi robustecido pelo emprego de técnicas de ações psicológicas e propaganda estratégica no ambiente politicamente sensível pelo ‘Kids Pretos’, instigando, auxiliando e direcionando líderes das manifestações antidemocráticas conforme seus interesses”.